15/04/2008

...carrossel...


Faltam-me as palavras
Mas o pensamento não pára
Como um carrossel desgovernado…
Atormenta-me esta apatia
Esta necessidade bruta de me sacudir pra nenhum lado…
Viro-me do avesso, e de mim não cai nada…

Secaram-me todas as lágrimas
Desmontou-se todo o meu corpo
Encolheram todos os meus tecidos
Não sei já que líquido corre nestas veias
Apaguei-me em todos os meus circuitos
E não sinto nenhuma paz…

O meu coração reclama
Pede força, pede vida, pede alento…
Minha alma não quer sossego
Meus olhos não querem descanso
Vive em mim uma certa inquietude
Que atropela qualquer pedaço de razão

Tantos precisam de mim, certa segura
E eu não estou, não sou capaz…
Não há ancora alguma, qualquer raiz
Nesta pessoa que hoje sou

Vagueio insistentemente
Pelos sempre mesmos lugares
E dou com tudo, com todos
Menos comigo…

Desconheço a forma
Em que se terá transformado a minha massa
Depois de tudo…
Depois de nada !

Já dei tantas voltas, e não me encontrei
Que já não me iludo… e estou infinitamente cansada…
Se não sei onde estás
Não sei para onde vou !…


Malu

(na feira dos sentidos)

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