30/12/2009

...pranto...

já não choro sequer
já nada digo
passou todos os limites
parou o tempo
daquela dor
que era tua

já não sei se minha

malu




(...) Há chorar com lágrimas, chorar sem lágrimas e chorar com riso: chorar com lágrimas é sinal de dor moderada; chorar sem lágrimas é sinal de maior dor; e chorar com riso é sinal de dor suma e excessiva.

(...) A dor moderada solta as lágrimas, a grande as enxuga, as congela e as seca. Dor que pode sair pelos olhos, não é grande dor; por isso não chorava Demócrito; e como era pequena demonstração da sua dor não só chorar com lágrimas, mas ainda sem elas, para declarar-se com o sinal maior, sempre se ria.

Nada digo que seja contrário aos princípios da verdadeira Filosofia e da experiência. A mesma causa, quando é moderada e quando é excessiva, produz efeitos contrários: a luz moderada faz ver, a excessiva faz cegar; a dor, que não é excessiva, rompe em vozes, a excessiva emudece. Desta sorte a tristeza, se é moderada, faz chorar; se é excessiva, pode fazer rir; no seu contrário temos o exemplo: a alegria excessiva faz chorar e não só destila as lágrimas dos corações delicados e brandos, mas ainda dos fortes e duros.

Padre António Vieira, in "Sermões"

...eu sei...

e se um dia eu disser... que já não quero estar aqui



eu sei, que também em mim, esta canção é especial!!!

obrigado Sara, por todas as tuas canções que´libertam por nós

28/12/2009

21/12/2009

...quem inventou o amor ?...




Quem inventou o amor ,explica por favoor ♪

Porque será que as músicas definem tão bem o que o coração sente ?

Acredito que arte é uma espécie de ''Transbordamento" de emoções ,boas e ruins .

É como aquela dor insuportável que ás vezes sentimos , ou aquele amor que não cabe no peito .Porque será que fingimos tão bem ? Por que será que a cada novo sorriso uma amardura se forma em torno dos corações de mentira ? por que motivo ,eu não entendo, que as pessoas nos digirem uma palavra de amor carregada de ódio ? o que nos tornamos afinal?

"Atores da vida real ,fingidores do sistema ,controladores de emoção ,subordinados do psicológico ."

A muito,perdemos o controle sobre nós mesmos .

Esquemos que somos máquinas dos nossos anseios .!

e viramos apenas vítimas de nossos medos .
 
 
marcela in

20/12/2009

...gritos que penso...

ás vezes fico na dúvida... se sou eu que escrevo para o abrunhosa, ou é ele que fala pra mim, quando compõe... tal e qual, como outros né, mas com aquela capacidade de nos sentirmos únicos no mundo e exclusivos na dor... mas outros há ... como acabamos por ser todos diferentes... mas todos iguais....





(Desculpa o silêncio Que trago em mim, São gritos que penso Que calo assim...Desculpa o beijo, É o desejo a morrer. E tu, onde te vais esconder?)

19/12/2009

...Já pensaste num nós ?...

....Perguntaste-me tu....

Se não fores tu a magoar-me ou eu a magoar-te, outros o farão...
Já pensaste nisso? - acrescentei-te eu....

no meio do sono, e do embaraço, ambos ficámos sem resposta...
ainda bem que há músicas que falam por nós...



a "canção do engate" de António Variações é das mais intemporais que conheço...

no momento só há uma diferença... não buscávamos por ele,

mas acontece aos melhores!!!

...memória da certeza que me resta...





mil horas de vazio te procuro
e tu em mim mil horas no escuro

se te mostras, se em mim és, não o desfiro

ao olhar perscrutante, definido
que redunda algures em mim o teu sentido
onde existes doce aurora inebriante
donde a bruma que suspende o teu aspecto
flui sem gesto que se lance
ao teu encontro face ao rosto
que em memória representa
o prévio aviso da presença do teu corpo

sei da dúvida que a si própria se alimenta
ela própria a certeza que me resta
 

16/12/2009

...está tudo gasto...



E eu gastei as horas e os tempos em volta, gastei os espaços que preenchemos com beijos, gastei tudo e tive tudo em tão grande número que me perdi a contar-te em cada canto por onde ainda caminho.

E gastei-te a ti nas vezes em olhava a tua fotografia, gastei a boca a beijar-te nos espaços ocos e vazios, gastei-te os olhos a olhar-te nos sonhos presentes que me preenchem, gastei-te as mãos nas minhas, aquecendo-as e mantendo-as sempre seguras.
Gastei tudo amor, não sobrou nada e tudo o que eu gastei uma charada que o meu pobre coração não soube decifrar, depois de tudo eis que me encontro agora, olhando o espelho vejo-me a outra face já negra e gasta por medos e desânimos.
Que mundo é este amor? Que tempo me pertence agora? Nem os meus sonhos são o presente que julgava, nem um futuro, nem um dia de amanhã que seja, apenas a permanente loucura de me saber viva sem ti, com o corpo abandonado e sem esperança, com o rosto cravado pelo pecado de te amar tanto mesmo depois de te ter gasto.
E porque te amo deste amor tão grande faço de conta que te tenho ainda, rasgo o silêncio e perco-me em gritos da alma dados pela boca desta face que chora. O choro é o meu ponto de encontro contigo e com a vida, no choro percorro o meu destino mesmo com o corpo nu rasgado de ausências e distâncias.
Cubro os meus medos com os dias felizes que vivemos, com os sorrisos maravilhados e doces, com o rosto coberto de alegria, com tudo o que era e agora é nada, absolutamente nada onde me agarrar, para me ser na totalidade.
E como dói, meu amor, ter-te ainda em mim e não ter forças para me erguer, porque me pesa no lugar do coração todo o amor que deixou de ser, dói tudo o que já não é e não dói nada.
Gastei tudo amor, gastei tudo com as palavras e os silêncios que não te dei, gastei tudo, até o amor que te tenho tanto que faz com que me odeie assim de uma forma tamanha por não ter sido capaz de me manter em ti.

fez-me lembrar de nós, e não só, também do adeus de eugénio de andrade este texto da

14/12/2009

...essa tal de liberdade...



ficas muito mais aliviado achando que me fizes-te um grande favor, não é?

assim seja: não tenho porquê desejar-te mal, desapareço do teu mapa, e ao menos um de nós segue ... muito mais feliz !!!

não mais tens que te preocupar com o mal que me fazes, não mais tens que te marterizar com o bem que não me fazes, não mais tens que desculpar-te, não mais tens que sentir-te preso, não mais tens que lamentar-te, por tudo o que não quiseste... essa tal de liberdade, que te parece que me fica bem, foste tu que escolheste, por isso não venhas agora dizer-me como eu estou... eu é que sei, e se é bem ao mal, não é coisa que te interesse...

jurei a  mim mesma nunca mais chorar nem por ti, nem contigo,  por isso podes desistir de mais alguma vez na vida vires dizer-me, que não querias fazer-me chorar, não querias ver-me ou ouvir-me chorar... isso não vai mais acontecer

vou sempre sorrir pra ti... agora se vou estar feliz, ou não... não irás saber... não me mereces saber !!!

10/12/2009

... Quem és tu? ...



Esta noite morri muitas vezes, à espera de um sonho que viesse de repente e às escuras dançasse com a minha alma enquanto fosses tu a conduzir o seu ritmo assombrado nas trevas do corpo, toda a espiral de horas que se erguessem no poço dos sentidos.

Quem és tu, promessa imaginária que me ensina a decifrar as intenções do vento, a música da chuva nas janelas sob o frio de fevereiro?

O amor ofereceu-me o teu rosto absoluto, projectou os teus olhos no meu céu e segreda-me agora uma palavra: o teu nome – essa última fala da última estrela quase a morrer, pouco a pouco, embebida no meu próprio sangue, e o meu sangue à procura do teu coração.

Fernando Pinto do Amaral
(esta noite morri)

09/12/2009

... leva-me ...




leva-me daqui

entre esta linha e a próxima

só estou capaz de odiar a vida

já não te odeio, já não me odeio

já não sei o caminho pra lado nenhum

a que horas passa a carruagem ... que horas são ?


malu

08/12/2009

... perfeito?! ...



«Apaixonar-se é passivo;
amar activo;
o perfeito
está no que não é nem isto nem aquilo»

Agostinho da Silva

... faltas-me tu ...




Todos amam precisamente o que lhes falta.
A escolha individual, que se funda nessas considerações meramente relativas, é bem mais determinada, mais decidida e mais exclusiva do que a escolha que se baseie em considerações absolutas; é desses aspectos relativos que vulgarmente nasce o amor de paixão, enquanto os amores comuns e passageiros só são guiados por considerações absolutas.
Nem sempre é a beleza regular e perfeita que dá origem às grandes paixões.
Para uma inclinação verdadeiramente apaixonada é necessária uma condição que só nos é possível descrever através de uma metáfora tirada à química.
As duas pessoas devem neutralizar-se uma à outra, tal como um ácido e uma base alcalina num sal neutro.

Arthur Schopenhauer,
in 'Metafísica do Amor'

07/12/2009

...tudo menos amor...



alguém se lembrou hoje, desta musiquinha no facebook, a aninhas... e eu adorei ... e acho que tem tudo a ver... com o momento, comigo, contigo, e com a vida...

ai ai, se já fosse carnaval, bem que podia abraçar-te e fingir que estava a caír... afinal...ninguém levaria a mal

onde vais estar no carnaval ?

... o almas da minha alma ...

apenas uma pequena explicação... a pedido de várias famílias...



sim ... tanto neste como no outro blog... agora apresento apenas pensamentos, excertos, passagens, e palavras e momentos que me marcam, de outros autores ... ( é mais uma fase... como sabeis, não há estática em mim )

já lá vão meses e anos, sempre a exteriorizar os sentimentos que as palavras me provocam, e a partilhar, quer aqui quer no (depois de tudo)...

não se trata de exibição do ego, nem de auto promoção, até porque, tudo o que transmito, é mais ou muito mais triste e, tudo o que escrevo, é doloroso e melancólico, e por vezes motivo de dor, e não de orgulho, talvêz por isso, sinta a necessidade de pôr cá pra fora, se não rebentava a maior parte dos meus dias...
não são dias negros...credo...não vivo num purgatório... mas, sinto muito profundamente as coisas ocas, as coisas cheias de nadas que me corroiem , tanto que chegam à destruição da mente, da alma... e não valorizo tanto os bons momentos quando escrevo: numa palavra... dramatizo sim... e muito... e só escrevo quando estou mal... o que nestes ultimos meses ou anos, tem sido uma constante na minha inconstância...

tudo isto para dizer que, passado este tempo, em que escrevia, publicava, ouvia, lia e publicava, e misturava, e desistia de um blog e começava outro, e emaranhava tudo de novo, e voltava aos dois, e nunca me desfiz de nenhum, nem deste nem do depois de tudo... achei que já não fazia sentido escrever quer num quer no outro (o que não quer dizer abandoná-los apenas que o que escrevo eu, tem agora outro lugar ).
Não quer dizer que não continue mal, que não continue a escrever compulsivamente... mas tenho desde há pouco tempo esse outro "caderno virtual", ou seja outro blog, onde publico apenas, textos de minha autoria.
os actuais e os já publicados em blogs e sites diversos, ou os apenas deixados na gaveta anteriormente em outros meus cadernos.

um dia... quando me cansar de escrever... o almas da minha alma, é o único livro, que não deixarei ler.

o reticências e o depois de tudo continuam, porque é no que vivo e leio e acompanho que me revelo também... mas o que escrevo eu, fica e sai das almas da minha alma.

eis a nova morada :

apareçam
como sabem
detesto a solidão

06/12/2009

...Ame...



Ame como se tivesse conhecido o amor nesse instante.

Ame a cada dia, sem se preocupar com o amanhã,

pois o amor se desgasta quando armazenado.

Josè Glauco de Oliveira

05/12/2009

...eu e tu não somos iguais...

Sagitário (23-11 a 22-12)
- Perfil -

O mundo não seria tão divertido se não existissem os sagitarianos. Os nativos do signo Sagitário são donos de um senso de humor enorme, são capazes de animar qualquer um e em qualquer situação. Vêem o lado alegre e belo da vida e podem animar as pessoas, contando as suas aventuras. Nenhuma figura mitológica representa tão bem o Sagitário como o centauro, metade homem, metade cavalo. De um lado um ser racional que filosofa sobre a vida e faz de tudo para que a lei seja obedecida, e de outro um ser tão abrutalhado que é capaz de levar tudo à frente.

Os nativos do signo Sagitário são exagerados. Extremamente francos, prezam sempre a verdade, mesmo que seja inadequada para o momento, ou que os faça passar por inconvenientes nalgumas situações.

Estão sempre prontos a conhecer coisas novas na vida, e esperam que todos tenham essa mesma disposição. Como aventureiros e livres que são, é impossível segurá-los quando se decidem a viajar e conhecer outros mundos. Adoram comidas exóticas, desde que sejam em grande quantidade. Melhor ainda se forem típicas de países distantes.
Os Sagitarianos são eternos gozões. Acham que são donos da verdade e discutem durante horas só para convencer as pessoas sobre o seu ponto de vista. Conhecem um pouco de tudo, o que os torna aptos para viver de qualquer sitio, muitas vezes de forma "provisória-permanente". Consumistas por natureza, não conseguem conter o seu impulso de comprar, qualquer coisa, uma de cada cor e de cada modelo. Quem rege este signo é nada mais nada menos que Júpiter, o maior planeta do sistema solar, Zeus para os gregos, deus dos deuses; são tão bons e violentos quanto ele.

Ser amigo de um nativo de Sagitário é ser o melhor amigo dele, mesmo que não queira.
São crédulos e ingénuos.


 - Mulher (A pessoa) -

Tarefas do lar, supermercado, cozinha... Se pudesse a nativa do signo Sagitário eliminaria essas tarefas do mundo. A Mulher nativa de signo Sagitário ama a liberdade e é totalmente independente, encarando a vida com muita garra. Alegre e cativante, costuma ser muito romântica, alimentando sonhos e fantasias de amor, mesmo sendo assim tão independente e tendo aparentemente dificuldades para encarar a vida a dois. Na realidade, ela gosta é de uma parceria inteligente e que lhe dê liberdade e carinho ao mesmo tempo. Não suporta ciúmes e possessividade. Normalmente é exuberante, com uma beleza que chama a atenção, o que chama mais a atenção na nativa do signo Sagitário são as suas pernas bem-feitas, que atraem muitos homens ao seu redor. Claro que ela também cativa pela sua simpatia. Essa liberdade e extroversão da sagitariana costuma assustar alguns homens acostumados com o modelo de Mulher meiga e doce. Ela também é, mas preferem preservar a sua independência. É óptimo relacionar-se com uma sagitariana, que pode ser muitas Mulheres ao mesmo tempo: doce e suave, inteligente e culta, romântica e fogosa.


- Amizade -

Os Sagitarianos fazem amizades muito facilmente. É uma necessidade constante de têm em ter amigos aos quais possam passar as suas informações e descobertas, e um bom motivo para se divertirem e andarem em grupo como tanto gostam. Fiéis e generosos, os nativos do signo Sagitário costumam tratar qualquer pessoa como se fosse um amigo de muito tempo. Amáveis e cordiais, eles são amigos, companheiros e quase irmãos, e contam com o outro para o que der e vier. São animados e entusiastas. Mas prepare-se: eles são muito eufóricos e por conta disso podem cair em depressão profunda muito facilmente. Tirá-los desse estado pode ser uma tarefa impossível. Quando estiver a desistir de os ajudar, lá vêm eles, a galope como cavalos, todos felizes e alegres. A tristeza foi ontem, agora é um novo dia.


- Sexo -

Ardente como ninguém e romântico como ele só, quando um sagitariano ama envolve-se de tal maneira que parece estar a viver mais uma vez a história de Romeu e Julieta, juntando a isso uma boa dose de prazer e erotismo. Desde cedo o Sagitário percebe que sexo e amor caminham juntos, amando como um adolescente para toda a vida. Curioso como é, procurará novas formas de prazer, podendo querer fazer amor nas horas e nos lugares mais loucos, só para unir aventura e amor. Adora criar um clima especial antes de uma relação e procura sempre novas formas de satisfazer o ser amado.

Dificilmente se entregará a uma pessoa por pura atracção física e colocará uma dose de sentimento imenso. Metade humano, o amor dele começa pela cabeça e por uma boa conversa mas termina usando totalmente a sua outra metade animal.
^  ^ 
O

sagitarianos que admiro (entre outros)

Ben Stiller , Bet Midler, Cássia Eller,
Clarice Lispector, Edith Piaf, Frank Sinatra,
Issac Alfaiate, Jim Morrison , Maria Callas,
Steven Spielberg, Woody Allen

03/12/2009

...distraida...

a cada ano que passa, é-me escusado fugir, que vou sempre questionar-me  - quem me fará "sentir"? -  e nunca ninguém como ele... como este senhor...  que partiu deste mundo, no dia em que eu vim ao mundo, e está sempre em mim, de cada vez que escreve, de cada vez que me descreve... este foi a "minha" pessoa !
malu


Se eu morrer novo,
Sem poder publicar livro nenhum,
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.

Se assim aconteceu, assim está certo.

Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.

Se eu morrer muito novo, oiçam isto:

Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação

Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.

Não desejei senão estar ao sol ou à chuva
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo (E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,

E não ir mais longe.

Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão

Porque não tinha que ser.

Consolei-me voltando ao sol e à chuva,
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.

Sentir é estar distraído.
Alberto Caeiro - Poemas Inconjuntos

(se eu morrer novo)

27/11/2009

...that never ends...



Depois de ver e ouvir isto... descoberto no blog do "PIRATA" ainda estou sem conseguir respirar... e logo o Márcio, que já toquei com as minhas mãos, que já fotografei, que já aplaudi, que já chamei de caladinho, que já dei beijinho de felicidades, que já presenciei em ensaio e em palco, (a brincar) aparece-me aqui, que nem um mestre...

Estou pasma...por isso mesmo espero que todos os visitantes deste meu reticências, pasmem também, com o talento deste menino...

Lindo Márcio... muita força e que o teu talento e esforço sejam recompensados num futuro que me parece que te será promissor (mas quem sou eu)

Fechei o olhos e parecia-me que estava a 20 de Abril de há dez anos atrás na Aula Magna, a ouvir Dream Theater... inda estou pasmaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa UAUUUUUUUUUUUUUUUU

Só espero viver, pra ver o teu sucesso de perto

PS: só mais uma coisinha
Não é que não goste de cabelos compridos, pois quem me conhece e ao pai do meu filho, sabe que o não posso negar.. adoro... mas sinceramente, acho que ficavas mais janota com o cabelito preso num elásticozinho, ou então um cadito mais curtito, como nos vídeos de 2007 com os NIP e AMA... e etc...
(mas quem sou eu) metidaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa sempre onde não deve ... bj

26/11/2009

...nada...



"nada te tenho a explicar!"

...por que te amo demais?!...


está algures na net, e achei a mensagem interessante mesmo... de grande abertura e frontalidade -
se tivese feito o mesmo antes de te receber em mim, tinha feito uma pré selecção e hoje não estava aqui, aos caídos... (tem que ser livre... coisa que o teu coração não é... para mim)

19/11/2009

...esconderijo translúcido...




Agora sou um salpico de orvalho, uma gota distraída num raio de sol
E numa brisa, deslizo da folha onde descanso
Bato no chão empedrado, no meu rosto...

Lavo os meus olhos cansados
Sento-me atrás da chuva, onde todos me podem ver a minha cortina de lágrimas,
O meu esconderijo translúcido, onde represento o papel principal

Caio ao rio num presente de luar
Mergulho na parte má da minha mente
Rio-me do demónio que conservo arrolhado

Escorro pelas paredes de vidro
Resvalo no abismo
e desaguo em ti…

.:silent scorn - megadeth
publicado por paulo in

...triste...





"Triste é o homem que só ama as coisas quando as perde"

Stefano Benni

16/11/2009

...nada mais...



Nada mais,
Tem tanta cor,
Nada mais
Tem tanto amor,

Nada mais
tem tanta graça,
Nada mais,
disfarça...

A vida tá dura
Difícil de engolir
Sem porres de álcool
Nada mais
Parece ter sentido,
Nada mais
Parece ser tão bonito
Nada mais...

Tente continuar,
Vivendo,
Fingindo que o que você tem
É mais do que suficiente...


Nada mais,
Parece satisfazer,
Nada mais,
Parece preencher
O vazio que me tomou

De repente
Todo o mais
Desabou
E nada mais,
E o que era tudo
Hoje é nada mais....

Você finge que sorri
Nada demais
Só pra fora...
E você finge ser feliz,
Nada mais

Você é que diz
Estar tão satisfeito
Ser tão feliz
Tão completo e pleno como antes
Mas nada mais vai trazer isso de volta
Nada mais será parecido
E nada mais completará todo o mais
Viverei como iludido
E nada mais como aquelas noites
Nada mais

E nada mais
Como a lindeza de você me dizendo:
Vamos ser felizes

E nada mais...

...longe...



Sentimentos… o que são afinal? Algo tão forte que nos controla ou, pelo contrário, algo tão simples e frágil ao ponto de os podermos controlar? Há quem diga que são para toda a vida; que, quando realmente profundos e sinceros, não há nada nem ninguém que os trave. Outros há, porém, que afirmam que a distância os destrói. É o caso das paixões e dos amores. Quantas vezes, depois de uma desilusão, já não ouvimos dizer, em tom de conselho: “Não te preocupes que isso passa, o tempo cura tudo! Longe da vista, longe do coração!” Mas até que ponto este provérbio da sabedoria popular fará sentido?

Quantas vezes já não julgámos ter esquecido alguém e quando ao fim de algum tempo a reencontramos, é como se o sentimento nunca tivesse desaparecido?

Existem hoje muitas frases feitas, algumas até quase filosóficas, que vêm contrariar este provérbio, como por exemplo: “a distância separa dois olhares, mas nunca dois corações” ou até mesmo algumas que comparam o sentimento ao fogo e a uma chama: “a distância apaga as pequenas paixões e aumenta as grandes, assim como o vento apaga as velas e dá largas aos incêndios”.

Mas analisemos o provérbio de outra maneira: “longe da vista, longe do coração”… o que significa que, tecnicamente, a distância encarrega-se de destruir e apagar os sentimentos. Se isto for mesmo verdade (que todos nós sabemos que não é, mas supondo que sim…) qual seria, então, o significado da palavra saudade?!... Sim, porque saudade é o sentimento que fica na ausência, o sentimento de falta, a prova de que o sentimento não acabou apenas porque o seu objecto está ausente. E as memórias? As recordações? Não são elas guardadas no coração? Não são elas uma maneira de nos sentirmos perto do que está longe?

Tantas palavras ficariam sem sentido se este provérbio reflectisse a realidade… Por outro lado, tanta coisa seria mais fácil…

Imaginemos, então, que na realidade “longe da vista, longe do coração”, ou seja, basta estarmos longe de alguém para deixarmos de sentir o que sentimos quando estamos com ela… (bem sei que parece confuso, mas é apenas a realidade!) Não seria tudo demasiado simples? Onde estaria a beleza da vida? Sim porque é na dificuldade em alcançar e superar metas que está o verdadeiro encanto da vida! Nunca poderíamos “matar saudades” de alguém, pois a verdade é que nem as iríamos sentir; não sentiríamos falta de nada nem de ninguém… Seríamos felizes assim? Talvez… mas também nunca teremos resposta a esta pergunta, porque a verdade é que, mesmo longe da vista, certas pessoas vão sempre continuar bem perto do nosso coração, quer queiramos quer não; e ele faz questão de nos recordar disso todos os dias!
 
c.cavalcanti a fada na lua

13/11/2009

...mutismo...




Foi um comentário pequenino
como a imagem flash de um poema

Mas eu pensava nele
e aquelas poucas palavras certeiras
davam-me uma alegria estranha
de poço fundo
e sem limites

Dizia-lhe sempre palavras nuas
com a minha voz
pois ele não queria ser uma imagem muda
Perdi-o num dia em que emudeci
no meio de muita gente.

Incapaz de tocar nas coisas
ou comunicar
queria saborear tanta doçura
andava solitária
noutro mundo

Calei algumas horas as palavras nuas
e sem a minha voz
ele tornou-se num mutismo sem imagem


passado simples de

12/11/2009

...cansada...

cansada de ser boazinha



hoje discuti com o meu chefe

fui mal tratada, brutalmente julgada, estupidamente ferida
sai porta fora quando esbracejou e subiu o tom comigo
conduzi sem ver nada à frente dos meus olhos vazados
solucei até doer de tanto amargar
fiz o que tinha a fazer, e voltei, e passei-me completamente
desabei quando me perguntou "como estás?"
como estou ?! pensei e não conseguia mais nada se não chorar - estou tudo menos em condições de responder a uma pergunta dessas - mas respondi como sempre já que pra meu mal ou pra meu bem, nunca deixo uma pergunta que me seja dirigida sem resposta

ainda tenho os olhos inchados e tortos de cansaço
em mais uma dúzia de anos sempre com o mesmo chefe, nunca antes tinham ido tão longe, o seu machismo e o meu "temperamento"

depois de hoje nada será igual
oxalá, ambos e mutuamente se respeitemos (mais)... oxalá continue a ser, ou deixará de ser o "meu" chefe
o que sempre defendi, mesmo quando todos o atacam e incompreendem pelas costas
a quem sempre dei um desconto, mesmo quando foi injusto nos tratamentos desiguais que aplica a iguais, e nunca me deu um desconto a mim, em relação aos iguais
a quem sempre atendi, mesmo quando sem condições ou habilitações, e nem sempre me atendeu
a quem nunca nada neguei, mesmo quando muito me nega

não é só no amor, na família, na amizade que pode e deve haver aquele entendimento ou aquela sintonia
no trabalho, e com as pessoas com quem trabalhamos, passamos a maior parte do tempo, dos melhores anos da nossa vida - e chefe é chefe???!!!
NÂO, pra mim não ( EU não vivo na ditadura )
chefe, não é chefe - chefe é um ser como eu - e eu sou um ser como todos os outros

10/11/2009

... fácil de odiar...



Não te parece que o mundo roda ao contrário? Não te parece que há algo que deixou de funcionar? Um dos pilares ruiu. Sinto que o fim está próximo..
Não posso pensar mais, não posso falar mais. Dou as boas vindas ao silêncio. A solidão, que sabe tão bem ser minha companheira, alojou-se no coração. O escuro, onde choro lágrimas incolores e sentidas, é um simples protector dos atentados que cometo sobre mim. O silêncio... É o mais pesado.

Olha para mim... Olha para o que ficou... E não digas nada... Não quero ouvir, não quero que fales só por falar. Não quero favores. Mas não te parece que o universo engoliu a Terra? Não te parece que os relógios pararam e que tudo o resto não passa de ficção? Houve alguém que se cansou da vida que não tinha, dos sonhos que não passavam de sonhos...
Houve alguém que desistiu... Eu? Porque não? Porque não poderei fazê-lo?
Tu desistes de mim e eu desisto de mim... Já que não sei desistir de ti.
Se vires bem, se leres com atenção, sou mortal como tu mas há muito tempo que deixei de viver.
Parece história... Parece mentira!!! Nunca pensei... Talvez devesse ter pensado...
Mas não pensei que pudesses ser a pessoa que mais amo e que mais odeio.
Como é estranho... Como é improvável... Como é desagradável o raio dos sentimentos!

Que estou eu a escrever? Eu não te odeio... Talvez fosse mais fácil odiar do que amar.
E eu sei que não sou perfeita, não sou (embora queira ser) aquela alma sábia.
Não sou como tu...
Onde é que errei? Saberás? Onde é que falhei? Respondes?
Onde é que me enganei? Talvez ao pensar que serias para sempre meu.
Sempre foste meu... De uma maneira que só eu sei ter. Da mesma maneira que, talvez, nunca aceitaste.

Há tanta coisa que não sei. A palavra "talvez" começa a parecer-me insuportável... A expressão "não sei" ultrapassa os limites da minha ignorância. Só tu és dono da verdade. Só tu sabes o "porquê". Só tu tens a chave para este desespero onde vivo trancada.

Dá-me uma hipótese... E não irei falhar. Não irei decepcionar-te.
Sou tão ridícula... Tão parva!
Onde é que quero chegar com tudo isto? A ti?
O que estou a fazer só me condena mais... Só me faz recordar mais de ti e mais e mais e mais...
Até que ponto irei aguentar? Acho que o deixei de fazer há muito, muito tempo.

De qualquer maneira, e porque já me começa a meter uma certa impressão, terei de dizer-te o quanto continuas a ser importante.
Não o vou fazer de ânimo leve. Irei ter horas de sufoco a pensar na tua reacção...
Não poderia ser mais fácil?
Somos pessoas... Nada do outro mundo!
Somos pessoas... Que ideia mais idiota!
A ideia de dizer-te...
Vais condenar-me? Não o podes fazer pois já atingi o meu limite.
Agora, tudo o que vier é tudo o que virá. Pior não fica, disso tenho a certeza.

Não sei nada de ti e, não saber nada de ti, é mau. Pior do que isso, é saber demasiado de mim.
É saber que não vivo sem ti. É saber que me afundo um pouco mais em cada dia.
É ter a certeza de que não sou capaz de seguir um caminho... Seja ele qual for.
O meu caminho és tu e ponto final. Ponto final... Sem paragrafo nem travessão. Pois é em ti que a minha vida começa e acaba ao mesmo tempo. É em ti... E é absurdo ainda não o saberes... Depois de tantas vezes eu o ter dito!

Em que dia? A que horas? Virás cá... A mim só me interessa que venhas...
Nem quero saber do que tenhas para dizer... Seja bom ou seja mau... Apenas interessa que saibas... É sempre o que me interessa: Que saibas, pois mereces sabê-lo. Tens de saber... Saber que isto ainda não acabou... Nem tão cedo acabará. Simplesmente, tens de saber. E tudo o resto deixará de existir.

Não vou querer estar à tua frente, posso até nunca mais te ver. Isso fica em segundo plano. O importante é saberes... Até porque eu não tenho nada a esconder. Nunca tive...

E há mais:
Mesmo que já saibas tudo isto, aposto que não sabes que eu escrevi o teu nome no céu.
Era noite, estava frio, era tão escuro... Mas uma luz brilhava o suficiente para que eu o conseguisse fazer...
Era a luz da esperança... Nunca perdi a esperança. E foi então que eu escrevi o teu nome...
Apenas o primeiro... Não esqueci que não gostas do segundo. Rápido, sem meias medidas, sem prestar muita atenção à letra... Escrevi o teu nome no céu. É pena que não o tenhas visto.
Nessa noite dormi com algum do descanso que tão bem anda perdido. Nessa noite sonhei contigo... Como sempre... Mas foi um sonho bom... Um sonho que me fez acordar lavada em lágrimas... De felicidade!


Felicidade?  Que ridícula... Sei lá eu o que é felicidade.
Então, diz-me:  Não sou tão fácil de odiar?


04/11/2009

... onde está o teu coração ? ...



...onde está o teu coração ???...

... sei lá de quê! ...




O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!
Florbela Espanca

...não tens que desesperar!!!???...


imagem publicada por helena margarida pires-amantes incertos

Se caminhasses num terreno plano, se tivesses a boa vontade de caminhar e desses apesar disso passos à retaguarda, então tratar-se-ia de um caso desesperado; mas como sobes um pendor, tão escarpado como tu próprio visto de baixo, os passos para trás só podem ser provocados pela natureza do terreno e não tens que desesperar.
Franz Kafka, in "Meditações"

27/10/2009

...tempestade...




só quero te lembrar (a imensidão do meu amor)

podes preferir a distância neste momento o que a mim me fere
com a mesma intensidade com que espero essa chuva passar

(eu sou o teu infinito)

por isso amor volta depressa por favor

(preciso que me ensines a dançar na chuva)

malu

...eternidade...


eterno de edmi no wordpress



nada é eterno
apenas enquanto dura
tanto a beleza como a velhice rota
tanto a alegria como a tristeza mais profunda
tanto a dor como o amor mais inquestionável

quando as palavras
os silêncios já nada nos dizem
é ai que desistimos

e eu que queria tanto que me deixasses amar-te
eternamente

malu

24/10/2009

...estamos vivos...


Sim,
ainda há pequenas liberdades nos segundos em que,
a caminhar,
se descobre que estamos vivos.

rodinhas o inatingivel

23/10/2009

... gotinha de vida ...


por ti, tudo faria outra vez

... clic ...


não me peças nada


deixa-me

...

...problema de quem?!... (II)



Pois continuemos e reflitamos, que o tema merece:

Não encontrar razões para viver, e decidir partir, é triste, mas é opção de quem vive depressivamente e sem forças para continuar... sempre a ter que justificar-se por não estar bem, sempre a ter que mascarar-se e sempre a ouvir sermões de que tem que ser mais forte que a dor, porque os outros também o são e, porque há ainda os "outros" que precisam dele... (mesmo sendo um ser desgastado).
Por exemplo, um passarito que sem mais por que correr atrás das migalhas que os outros lhe mandam decide estratelar-se contra o vidro da frente de um camião e...foi-se!!!!

Não é uma decisão fácil, nem reversível, para os que decidem mesmo sair deste mundo...
Não os que apenas chamam a atenção ou chantageiam outros, para conseguir os seus objectivos...

Mas há sempre um interruptor que se liga, uma gota de água, que transborda o copo, que uns viam como quase cheio, outros como quase vazio, conforme o optimismo ou sadomasoquismo de cada um. Estou literalmente a dizer que até no fim, há sempre quem nos empurre ou segure, como em tudo na vida, e há sempre cenas que acontecem ou deixam de acontecer que provocam uma decisão final sobre um assunto pisado, esmagado, dissecado ao extremo....
Eu por exemplo, estou constantemente a morrer e a ressuscitar...e falta apenas alguém ou alguma coisa ligar-me ou desligar-me à vida, ou à morte, porque de copos, estou cheia...e não queria morrer com vidros... nunca experimentei nem me atrai essa dissolução ou solução.
E isto, porque há situações, pessoas e momentos que me obrigam a sofrer mais do que consigo suportar, e há outras situações pessoas e momentos, por quem ou as quais ainda acho que vale a pena sacrificar-me e arrebitar, e tentar voltar a sorrir...sempre... Sempre há, quanto mais não sejam, os nossos rebentos, que são o que de única e exclusivamente temos de verdadeiramente nosso...

Chamem-lhe de cobardia...! Eu chamo-lhe de coragem... para pensar uma vez na vida, em si próprios, e deixarem tudo de vez, por uma vez...
E o problema, do irreversível não se põe a quem parte.
Quem parte morre, deixa de ter problemas para resolver...
Quem fica sim, fica com os problema nas mãos, fica, ou com aquela sensação estúpida de que poderia ter feito algo mais e não fez, por despiste ou distração ou por pura crueldade, ou os outros que ficam realmente desfalcados de quem os amava, e sem nunca mais poderem sentir esse amor, presente.

O problema fica, tal como quem fica (fica com ele)

Então, porque não partir?!

Quem não tem cão, ou dedica-se à apicultura, ou caça sempre com gato certo?


Ao passarito que fica, resta-lhe aprender a voar só, ou a arranjar outra companhia...
Ao que se estratelou frente ao camião - PAZ e descanso!!!



22/10/2009

...problema de quem?!...

fuseli - o pesadelo


"o maior problema do suicídio
é que não se pode revertê-lo"
mas... quem parte... abandona o problema

...eu não sei dizer...

imagem de graça loureiro

O silêncio, deixa-me ileso, e que importância tem?
Se assim, tu vês em mim alguém melhor que alguém
Sei que minto, pois o que sinto não é diferente de ti
Não cedo, este segredo...é frágil e é meu

Eu não sei…tanto sobre tanta coisa, que às vezes tenho medo, de dizer aquelas coisas, que fazem chorar ...
Quem te disse, coisas tristes, não era igual a mim
Sim, eu sei que choro, mas eu posso querer diferente p’ra ti

Eu não sei…tanto sobre tanta coisa, que às vezes tenho medo, de dizer aquelas coisas, que fazem chorar

E não me perguntes nada
Eu não sei dizer…

silence 4

20/10/2009

...Adeus...


foto de marta mendes


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava!
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os teus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os teus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...
já não se passa absolutamente nada.

E, no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos nada que dar.
Dentro de ti
Não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

...Por onde vim...


Quero voltar! Não sei por onde vim…
Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra
Por entre tanta sombra igual a mim!


{Florbela Espanca}

19/10/2009

...só o silêncio responde...


não sei se alguma vez viste
crescer a morte sobre um corpo

é como uma infância
de que se desconhecem os modos
ou o lento estalar de um vidro
são como imagens as imagens partidas
esse abandono de partir
o que em água viram os olhos
por esse lençol subido de silêncio
sobe nu de tempo
um homem com mãos devagar de luz
a morte cresce com ele
é o seu corpo que poderá ser
a palavra
pedro sena-lino

16/10/2009

...Não estás...


Nada consigo escrever
Nada sai ou entra que faça sentido
Nada do que leio me satisfaz

O dia está apenas morno
A noite foi apenas mais uma

Tanta coisa poderia dizer sobre o que sinto ou não sinto
que nada me parece relevante...
Não estás... e, é a razante, é o bastante!

Como poderei ficar em ti, se não estás em mim?
Malu

16-10-09

13/10/2009

...A Eterna Ausência...


Eu aguardei com lágrimas e o vento
suavizando o meu instinto aberto
no fumo do cigarro ou na alegria das aves
o surgimento anónimo
no grande cais da vida
desse navio nocturno
que me trazia aquela com lábios evidentes
e possuindo um perfil indubitável,
mulher com dedos religiosos
e braços espirituais...

Aquela mulher-pirâmide
com chamas pelo corpo
e gritos silenciosos nas pupilas.

Amante que não veio como a noite prometera
numa suspensa nuvem acordar
meu coração de carne e alguma cinza...

Amante que ficou não sei aonde
a castigar meus dias involúveis
ou a afogar meu sexo na caveira
deste carnal desespero!...


António Salvado, in "A Flor e a Noite"

...Lembra-te...



Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos

Mário Cesariny, in "Pena Capital"

12/10/2009

07/10/2009

...Gente que não existe merece mais um post...?!




Não posso sentir-me perseguida por alguém que
para mim, simplesmente NÃO EXISTE!!

É isso mesmo, IGNORO qualquer um que me leia e vai daí entenda que é pra si que escrevo e, vai dai dá de enviar comentários, mensagens e publicar outras coisas pessoais, como que de resposta, ou seja, que se ache no direito de me perseguir!

E como já antes falei aqui disto, não me vou repetir...

Há gente que escreve sobre si (como eu, e os que admiro)
Há gente que lê tudo e dá a ler tudo com o que se identifica ( como eu e os que admiro)
Mas há também e irritantemente gente que persegue agente, só porque não tem vida própria, e lê e responde como se fizesse parte de alguma coisa aqui... o que, não me enaltece, não me agrada, mas muito menos me incomoda... porque, depois de tanta atitude como tal, há gente, que não desiste, mas, simplesmente, não existe...

(e lá vai a correr apagar todas as mensagens que poderiam denunciar qualquer verdade nisto outra vez)

Há gente que realmente não se toca...

Passar bem...