01/05/2008

...obrigado por nós...

Não sei há quanto tempo te amo
Tenho aquela inexplicável sensação
De que sempre te amei
Sempre te procurei em todos os meus amores
Mesmo antes de te encontrar ou conhecer

E olha que não pode ser cegueira
Não pode ser só fantasia, resultante da carência sazonal
Os anos e a vida tornaram-me muito exigente, muito selecta…
Cheguei mesmo a pensar em tempos recentes
Que mais ninguém me levaria à certa
Ninguém mais me conquistaria

Também não sei por quanto tempo te irei amar
Mas tenho uma confortante paz em mim
Que me diz que não preciso correr
Não há mais busca
Não há outro caminho a escolher

Não sei se morro de saudade ou de felicidade
Tenho a plena consciência
De que por feliz acaso, mero destino
O teu ser, o teu eu, cruzou comigo
E encaixou sem esforço algum

Em ti não tenho só afinidade, tenho metade de mim
Ou não tenho, mas pelo menos sei que existe
E sendo assim, já não me sinto incapaz aqui
Como com peças em falta… sei onde estão!

Se dizem os que já fizeram correr rios de tinta
a dissecar a temática dos relacionamentos humanos
que”nada acontece em vão…tudo tem uma razão de ser”
Hoje acredito nisso como quem carrega uma fé
A força que me alimenta o espírito, e o corpo me sossega

Aceito-te, com alegria, sem dramas sem exigir mais
A este imperfeito amor que me preenche na perfeição
Se tu és “O meu grande amor”, só o tempo o dirá
Se não és, obrigado na mesma… por teres vindo

Obrigado por todos os momentos, todas as palavras
Todos os olhares que falaram tanto em silencio
Obrigado pelos sonhos onde me fizeste levitar
Só com uma tua mão na minha, no meu rosto, no meu cabelo
Só com o teu estar juntinho a mim…

A vida não é assim tão cor de rosa…eu sei
Não sei quantos momentos mais ainda me restam contigo
Não sei se mais, não sei se nunca mais, quem saberá?!…
Sei que o facto de existires ou de teres existido
E de me teres feito renascer neste estado hilariante de ternura
O facto de me teres amado sem eu te pedir, como eu sei que amas
Não importa até quando… me ressuscitou!

“Obrigado por existires”
Parece um dito tão banal
Mas é tudo o que me é urgente dizer-te meu amor
Não sei inventar outra frase mais bonita neste momento...

Espero que a dor deste amor, não te faça desistir de nós
Mas, se um dia isso acontecer vou amar-te por igual, tal e qual
E vou dizer- ainda obrigado, por ter havido “nós”…
Nós sim… tu e eu, ou eu e tu, existimos
E isso, é efectivamente a melhor surpresa da vida
A esta altura do campeonato

Podias ser só tu, só eu, mas não
Somos nós, fomos nós, e seremos nós
Por muito tempo ainda, enquanto quiseres, enquanto puderes…
Não sei como, não sei quando, não sei onde voltaremos
Ou chegaremos a ser nós, como realmente merecemos
Sei apenas que hoje, aqui e agora, o universo não faz sentido sem nós
A minha vida não tem sentido sem nós, e não fico surpreendida
Os meus dias, os meus sonhos, as minhas noites, os meus ais
Não existem, sem nós, e não lamento que seja só nosso este recanto
Este lugar onde nós acontecemos

E estamos sempre sós, vazios de nós, perdidos, desesperados… eu sei
Mas espero eu que tu me continues a dar esta coragem de acreditar
A convencer-me de que “nós” vamos conseguir
E até lá, que vivas entre nós, feliz, por nós…

Obrigado por existires
E por sempre dizeres
Aquele que é de nós
Até breve, meu amor

Malu
Alcobaça, 6 de Janeiro de 2008

Sem comentários: