17/05/2008

...maré...

Era um tapete... Era uma margem

Um aconchego... Uma paragem

Era um tripé

Era uma rede... Um pedaço de vida

Era uma fé... Nesta maré

Nada mais é...

Volto à viagem... Sigo na estrada

Essa espuma branca... È quem me leva

Sou grão solto...

Uma espécie de areia... Bato na rocha

E volto atrás...

Em reboliço... Sem porto ou farol

Essa força impermeável

É quem me arrasta

É quem me enche

É quem me vaza...

Não sei mais boiar... Nem sei nadar

Estou afundável... Vou naufragar

Afundo de tudo...

Flutuo à deriva...

Dispo o desespero...

E só quando te vejo ... Carrego forças

Corres pra mim

Tenho-te comigo...

Despejo o meu corpo... Oiço que me chamas

Devolves-me a coragem

Volto a morder o isco...

Atraco nessa praia

E... Quando me pedes colo

Recomeço, a lutar...


Ao Rafa,

15 Maio 2008,

a mamã Malu

Sem comentários: