28/05/2008

...Já não me importo...


Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei

Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,
Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,

Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.

E só me não cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz.

Fernando Pessoa

26/05/2008

...recordo...sem pena...

Os meus pensamentos foram-se afastando de mim, mas, chegado a um caminho acolhedor, repilo os tumultuosos pesares e detenho-me, de olhos fechados, enervado num aroma de afastamento que eu próprio fui conservando, na minha pequena luta contra a vida. Só vivi ontem. Ele tem agora essa nudez à espera do que deseja, selo provisório que nos vai envelhecendo sem amor. Ontem é uma árvore de longas ramagens, e estou estendido à sua sombra, recordando. De súbito, contemplo, surpreendido, longas caravanas de caminhantes que, chegados como eu a este caminho, com os olhos adormecidos na recordação, entoam canções e recordam. E algo me diz que mudaram para se deter, que falaram para se calar, que abriram os olhos atónitos ante a festa das estrelas para os fechar e recordar... Estendido neste novo caminho, com os olhos ávidos florescidos de afastamento, procuro em vão interceptar o rio do tempo que tremula sobre as minhas atitudes. Mas a água que consigo recolher fica aprisionada nos tanques ocultos do meu coração em que amanhã terão de se submergir as minhas velhas mãos solitárias...

Pablo Neruda, in 'Nasci para Nascer'

promessas...só promessas ... esse "só" já te não basta...?!
pena que já nada tenhas pra me dizer... mesmo que não seja novo...!!!

23/05/2008

...as pessoas...


Há sempre uma selecção
Os melhores dos melhores, ou aqueles que mais nos marcaram...

os filmes da nossa vida
as canções da nossa vida
os bichos da nossa vida
e as pessoas
as pessoas da nossa vida
e há ainda os autores, os pensadores da nossa vida
e Shakespear é mesmo um deles, e traduz no que diz tudo o que eu teria dito se o próprio me perguntasse, pelas pessoas...ou pelo tamanho delas...e nas pessoas, o tamanho realmente importa muito:

O Tamanho das Pessoas...

"Os Tamanhos variam conforme o grau de envolvimento...Uma pessoa é enorme para ti, quando fala do que leu e viveu, quando te trata com carinho e respeito, quando te olha nos olhos e sorri .É pequena para ti quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e até mesmo o amorUma pessoa é gigante para ti quando se interessa pela tua vida, quando procura alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto contigo. E pequena quando se desvia do assunto.Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos da moda.Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. O nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de acções e reacções, de expectativas e frustrações.Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.O egoísmo unifica os insignificantes.Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande... é a sua sensibilidade, sem tamanho..."

Willian Shakespeare

17/05/2008

...maré...

Era um tapete... Era uma margem

Um aconchego... Uma paragem

Era um tripé

Era uma rede... Um pedaço de vida

Era uma fé... Nesta maré

Nada mais é...

Volto à viagem... Sigo na estrada

Essa espuma branca... È quem me leva

Sou grão solto...

Uma espécie de areia... Bato na rocha

E volto atrás...

Em reboliço... Sem porto ou farol

Essa força impermeável

É quem me arrasta

É quem me enche

É quem me vaza...

Não sei mais boiar... Nem sei nadar

Estou afundável... Vou naufragar

Afundo de tudo...

Flutuo à deriva...

Dispo o desespero...

E só quando te vejo ... Carrego forças

Corres pra mim

Tenho-te comigo...

Despejo o meu corpo... Oiço que me chamas

Devolves-me a coragem

Volto a morder o isco...

Atraco nessa praia

E... Quando me pedes colo

Recomeço, a lutar...


Ao Rafa,

15 Maio 2008,

a mamã Malu

09/05/2008

... um dia ...


Um dia ri contigo, depois de chorarmos, de suarmos
Um dia chorei contigo, depois de nos revelarmos e amámo-nos
Um dia foste quase nada, um olá mais no meu bom dia
Um dia foste quase tudo, um quero mais, como à vida

Um dia quis que fosses meu, e aprendi tal como diz a canção
que ninguém é de ninguém
Um dia quis que me levasses, depois de saber que não posso ir
Um dia pedi que ficasses, depois de ver que tinhas que partir

Um dia vou perguntar aos céus, porquê te amo tanto…
E quando a resposta chegar, não estarás cá para ouvir…
Um dia a mais, um dia a menos, não vão importar mais…
Não vão fazer-me querer-te de outra forma

Vou esperando, vou amando como sei que toda a minha vida te esperei…
Quando chegar o fim do nosso longo caminho estarei feliz, mesmo que não o seja
Nesse dia, não vou sentir-me sozinha,

mesmo que ninguém, nem tu estejas a meu lado

Sei que, um dia, esse teu caminho, será o mesmo que o meu,
e isso basta-me …
Um dia lá atrás, aqui, ainda longe
Quem sabe um dia que já vivemos juntos
Quem sabe um dia que ainda possamos partilhar


Um dia encontrei-te, e rendi-me ali
Aceitei todo o resto dessa indomável força bruta da minha existência
Sem mais defesas, baixei as armas, sem querer fazer mais perguntas


Um dia, o teu olhar, a tua brandura, deixaram-me sem palavras
Depois de pensar que em mim tudo era parte desconcertada sem nexo neste universo
Senti-me o centro da gravidade com a tua mão na minha,


Percebi, porquê valera a pena esperar mais um dia


Um dia, sei que vais servir-me de terapia, por isso quero guardar-te
Quero curar-te, porque sei que também estás doente de mim
Quero poder devolver-te o que me deste, um dia…


Um dia contigo e eu equilibro-me perfeitamente, no fio que me leva bamboleando
por todos os outros dias, sem ti…


Um dia, eu cairei… mas não hoje…
Hoje é apenas um dia

e... tu sabes que estás aqui… !


Malu
Alcobaça, 28 de Dezembro de 2007

04/05/2008

...Transparente...

Confirmo que não sei como estar se não é isto que quero estar. Confesso que não sei mais o que fazer para sossegar o monstro que criei em mim, não por que me consuma, gosto dele, mas porque vejo o quanto incomoda os que me estão próximos. O quanto posso ser uma distracção do que é importante e, acabar por não valer, aos que mais quero.
Tenho essa noção, de que deveria parar às vezes, ou agora mesmo, mas, pelos outros não por mim e se calhar também caio na esparrela de me preocupar com eles mais do que comigo, e nesses "para-arrancas" atraso-me, mas também não tenho pressa.
Mas fujo desse dilema, aliás não fujo, não passa por mim. De tanto passar no passado até acho que já escolho o que me apetece passar e com o que sofrer, embora não saiba viver de outra maneira, mas pelo menos é comigo ou com quem eu escolho que estou a passar-me, com os meus pequenos terrorismos pessoais monstros diários, que às tantas só eu é que alimento e a ninguém em mim aparecem, mas pouco me importa isso.
Não me vejo a viver a vida de mais alguém que não eu.
Vai daí, nem eu me entendo, mas também não peço a mais ninguém pra entender, nem eu me perdoo por não ser de outra forma, nem peço perdão a mais ninguém, por todas as formas em que amo e estou e dou e tiro de volta antes de dar, em que sou ou não sou, em que exijo antes de reconhecer, em que piso e maltrato, em todas as formas em que julgo e selecciono e em que não tolero não cedo, por todas as formas em que ergo aquelas barreiras invisíveis com que impeço qualquer um de me "tocar".

Mas ai até eu me engano às vezes, e alguém sempre fura a protecção e me afecta, mesmo que colateralmente em situações que deveriam ser directas, ou em cheio em outras que não me seriam dirigidas mas que me atingem. Mas paciência, eu não sou, portanto, ninguém é perfeito...
Quer-se dizer: tento viver, para além de sobreviver nesta esfera, e tento percorrer o meu caminho, sem desvios, mas há-os sempre. Há sempre quem apareça pela frente, quem me chame lá atrás não sei de onde, ou quem também erga as suas barreiras distintas das minhas, e por onde eu estava a pensar ir, já não vou conseguir.
Mas a vida não tem um mapa, e as viagens não se repetem, nem são iguais, por mais paralelas que sigam. Apenas existem pontos comuns entre a nossa linha e a linha dos outros, e nesses pontos dizemos, que nos cruzamos. Mas não passa disso, uma cruz, depois cada um segue o fio condutor da sua historia. Nunca se fundem os seres, os existires, se não nos sonhos.
Mas bolas, confirmo que sou eu quem anda às voltas, antes de me decidir, mas porque quero, não porque esteja perdida. Gosto das voltas.
Primeiro que me diga a mim quem vive em mim, se é por ali ou não, e só depois disso eu vou. Não quero que me puxem, não admito que me empurrem, não ceguei ainda ao ponto de terem que me mostrar mais e mais caminhos, não sou totalmente analfabeta nesta escola... Eu vou, hei-de lá chegar, mas no meu compasso, na minha hora. Eu quero desbravar por onde vou, e não peço alcatifas para passar, por onde os outros já pisaram, e dizem que será melhor ou pior. Sei que vou cortar os meus pés, que vão ficar descalços, mas vou... gosto de mim muito mais a ir. E depois, detesto pressões, principalmente as que nos atraem para o buraco negro da normalidade.
Posso ser eu que estou mal, obviamente não nego!
Se sou sempre eu a contrariar e, todos os outros têm razão, então a razão não está comigo, certo! Mas isso é hoje! Amanhã, lá num amanhã longínquo, poderei vir a ter razão, mas novamente estarei no sitio certo na altura errada. Mas nem por isso me sinto deslocada ou à parte deste mundo. Pelo contrário, sei que não sou da época, não sou do bem actual, como ele é estereotipado nos dias em que aqui estou, mas também não me marginalizo.
Adoro esta terra redonda, mas como todos sabemos, nem sempre se achou que ela era redonda, por isso, nunca digam, que tudo é certo como lhes ensinaram que era. Apenas tenho a alma presente, mas ausente, porque não pertenço a este tempo, parece-me que é isso. E daí, parecer que estou sempre inadaptada, ou parecer-me a mim, sei lá!
Há sempre uma busca de mim, em qualquer parte, que não termina, mas não tenho pressa. Vagueio insistentemente como sei, à procura de um sinal da minha pessoa, estampada por árvores que subi, por folhas vermelhas que apanhei do chão, por calçadas que palmilhei, por pedras com que escrevi, por ruas por onde passei, pétalas que arranquei das minhas flores dos jardins que assaltei, por amores que desiludi, por ódios e fracassos que amei, e mesmo que nunca me encontre, ando bem. Estou rodeada desses fragmentos, de mim espalhados ao sol, partilhados com tanta gente, que não me acho no direito de escolher ás vezes, quem deva ou não deixar-me levar.
É o meu estado de sítio este, mas não é uma dor, não é um problema, pelo menos para mim. Só passa a ser, quando nestas minhas incessantes lutas, são apanhados, os que menos queria desorientar, ou abalar.
Diz-se de qualquer um que não sabe o que quer, não sabe o que fazer, não sabe o que sentir, não sabe como viver, que está perdido, e eu nem sequer com isso concordo. Não me sinto perdida. Apenas não me é o bastante encontrar-me aqui ou ali. Se sei onde estou, o que procuro agora já não sou eu. E continuo a procurar, porque me recuso a parar, a morrer.
E esse lugar comum a que chamam usualmente de pessoa inconformada ou anti-social, não me aperta a cabeleira. Sou como sou e ninguém é totalmente transparente. E quem não me aceita, só perde, porque então a esses eu não me dou.
Não sou do contra, só por ser! Só que tenho que ser eu a dizer o que me é contra ou a favor, e ninguém me venha de encontra, descobrir o que ainda nem eu descobri.
Não tenho pressa, como se fosse eu a dona da minha própria vida, sei que o exercício é demorado, com esta minha teimosia é até dificultado em relação aos que me acompanham, sei que fico pra trás, ou atalho por onde ninguém mais, mas sou dessas que preferem ir aonde me leva o coração, e não por ai...Sempre soube que era daqui, e de tanto outro lugar, que não me estranho. Não me custa vacilar, bambalear na minha linha que anda suspensa, já nem cordão é nem rede tem por baixo. Só me fazem hesitar os que amo, pois olho e vejo neles o medo de me perder. Creio que, só os que me amam, sabem que não me podem prender. Mas são eles que me prendem, a tudo o que ainda trago comigo, e sendo assim, sempre que me sinto assim, sei por exclusão de partes, que é porque alguém que amo está por minha causa a sofrer.
O amor, vive em cadeia: Tu dás, o outro dá ao outro, ao a seguir. E se um dia voltar a ti esse amor que deste, é porque o circulo era fechado. Isso não está certo, não deveria ser, mas é assim que funciona e todos dizem que é assim que tem que ser, ensinam-te mesmo a primeiro semeares, pra depois colher, como se o amor fosse um vegetal que pudesses cultivar.
Nem todas as leis da vida foram já encontradas, ou decifradas, levam milhares de anos, a evoluir, E eu não quero reinventar o amor. Mas o certo é que até hoje, ainda ninguém inventou um amor como o meu.
Para receberes amor de volta, de uma pessoa, costumam instigar-te essa velha teoria do ricochete, como se fosse verdade, e ainda há quem acredite, aliás, não encontro é quem como eu não acredite, que seja preciso dar para receber, entre duas pessoas e entre si, ou que se tem que retribuir a quem dá.
Não, não é assim que tem que ser. Os sentimentos e as partilhas podem se trocar, e dessa forma tudo seria mais fácil. As pessoas deveriam deixar de se cobrar, seriam muito mais felizes assim. Dar é dar, e mais nada, sempre se soube, e essa é a única fórmula que prevalece neste mundo que constantemente gira, e consequentemente faz-me girar a mim.
Um exemplo prático é o mais proximo que tenho: Não me admiro, de ser gelada, nem fria sou, sou gelada por exemplo para a minha mãe. É a pessoa que mais me ama, a que mais amo, e não é por causa disso que é quem me tem mais, ou mais amor. Eu não posso fechar o meu circulo.
O que me dás, aprende, não vais receber de volta que eu não te dou. Vou dar a outros que ainda não têm. E essa é a minha forma de estar na vida. Só assim poderei crescer, ou um dia dizer que valeu a pena.
A reciprocidade não manda, nem sequer deveria de existir. O que deveria mandar era a troca, como nos primordiais conceitos de partilha, onde seria mais justo tu dares-me o que não tenho, eu trocar pelo que te posso dar, e na volta, teríamos ambos muito mais, e diversificando na nossa relação iríamos ai sim, sempre mutuamente partilhando e amando. Mas não é assim ainda. Nestes dias em que vivo não nos deixam trocar as coisas valiosas entre si, mesmo que sejam diferentes, e necessárias a ambas as partes por igual. Não há cá misturas, é pão pra pão e queijo pra queijo, e não há a felicidade também , de ter de tudo, o que se possa dar e receber sem mencionar previamente os géneros, e as espécies dos sentimentos implicados.
Por isso é que associam ainda tanto o amor ao sofrimento. Porque as pessoas não foram feitas para retribuir nada, muito menos o amor, e assim o são obrigadas, e assim o são infelizes.
Cá pra mim, é porque se fechou o circulo do amor, que se fechou simultaneamente o do sofrimento. Então, não se queixem!
Não me prendam aos amores aos sofrimentos, aos básicos valores que regem como sendo certos. Eu não vejo isso , para mim, não são e um dia lá chegarão.
Mas nem por isso me acho mais à frente, apenas me atraso, e me deixo ir mais lentamente. Porque enquanto cá andar, sei que vou andar sempre ao contrário. E custa-me muito o que isso faz nos meus, não nos que não me interessam, mas nos meus, que não são do mesmo naipe, mas não têm culpa.
Agarro-me ao que posso, para não desaprender que entre não amar e não sofrer e amar e sofrer é preferível, a segunda situação, nestes tempos atrasados em que a reciprocidade é exigida e a troca não é livre e a partilha feliz.
Agarro-me à vida nos olhos do meu filho, nos abracinhos que me dá, pra me convencer de que ser daqui deste tempo e deste lugar, só por ser mãe dele, até pode ser muito bom. Agarro-me ao que tenho, pra definitivamente não me perder, naquilo a que todos os outros entendem por isso, e não procuro tão exaustivamente, tão ansiosamente. Sei que em tudo o que me encontre, no resto dos meus dias, vou me reconhecer, e não tenho pressa...
Há uma natureza mãe em mim que apesar de tudo, me diz pra viver enquanto estou viva.

E, a viver quero que seja com o que amo, com os que amo.
Por isso confirmo que não sei como ficar, porque não sou de ficar, mas vou ficar.

Malu

03/05/2008

respostas em branco

Quando as nossas respostas ficam em branco, procuramos a cor nas palavras que outros já disseram, e com sentido, porque, algumas, até fazem sentido, tanto que parece que conseguem até quase descrever na perfeição, o que sabemos que poderá ser a resposta que não queremos ouvir, ou o que gostaríamos que fosse respondido:
Cinco pequeninos exemplos só... entre muitos outros, invadem-me hoje a massa que leveda...


"Às vezes, é preciso abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar fora a chave. Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho, mesmo que não haja caminho, porque o caminho se faz a andar. O sol, o vento o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira. Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Até se conformar e um dia então, esquecer."

As Crónicas da Margarida, Margarida Rebelo Pinto


"Sempre te amei sem saber porquê. Não preciso de porquês, é mesmo assim. Mas, mais do que porquês ou razões, adoro olhar para ti e perceber o quanto gostas de mim. Não preciso que mo digas para o saber, e não há segurança maior do que a certeza das coisas que são ditas sem palavras."
Espero Por Ti Em Paris, Diana Mendonça & David Marle

"Albert nunca recuperou a ausência física de Marta. Mas guardou os silêncios e reconstruiu-os. Em cada silêncio da sua vida, falava com ela – como fazia dantes, deitado ao seu lado, falando em silêncio, numa nudez absoluta, sem segredos nem medos. Porque nada é mais íntimo e mais indestrutível do que o silêncio partilhado. O silêncio fica porque nunca mente, porque é tão íntimo que não pode ser representado, é tão envolvente que não pode ser rasgado.Conheço bem Albert e Marta sei o quanto se amam em silêncio e à distância e não sei dizer como acabará a sua história. Ele destrói-se, ela defende-se. Cada um deles faz por desejar ou fingir desejar a salvação própria, mas, acima de tudo, teme a salvação do outro. O silêncio é o que lhes resta, o que os une, uma finíssima película de tempo suspenso, para além da qual não há nada mais do que a escuridão dos abismos. E, por isso, nenhum deles ousa qualquer palavra, qualquer gesto, qualquer coisa que possa romper esse ténue fio que os prende à eternidade.É uma história triste e sem fim feliz à vista. Conto-a, porque me parece que ela encerra uma lição útil: nunca devemos amar em silêncio, nada é mais perigoso do que dividir com outrem os pensamentos vividos em silêncio."
Não Te Deixarei Morrer, David Crockett, Miguel Sousa Tavares


"O amor é tempo e tu não tens tempo para mim. Pelo menos agora. Amor é sorte e talvez eu não tenha sorte. Ou tenha, mas não contigo. Há pessoas a quem falta a saúde, outras uma família que as proteja, outras, a realização profissional. Há mulheres que nunca conheceram os pais, ou que não conseguem ter filhos. Há pessoas que trabalham uma vida inteira e nunca conseguem juntar dinheiro. Há pessoas a quem lhes é retirada a liberdade, ou lhes é interditada a vocação. Na existência humana há sempre uma dimensão que falha. Na minha, na qual alcancei muito mais do que alguma vez achei possível, talvez falte este tipo de amor que há tanto tempo procuro: um amor pleno, supremo e incondicional, um amor sereno e seguro que me proteja do mundo, um amor certo e firme, um amor real, em vez do mundo de sonhos em que vivo mergulhada quase desde que me conheço.

Diário da Tua Ausência, Margarida Rebelo Pinto

"..Descobres que só porque alguém não te ama da maneira que queres que te ame, não significa que essa pessoa não te ame, pois existem pessoas que nos amam, mas não sabem como demonstrar isso..."
William Shakespeare

... palavras ...

Mais do que ficar à espera que me escrevas, ou que me repreendas com os teus intermináveis silêncios, procuro palavras, para me ligar a ti. Não sei ficar simplesmente desligada de nós e, onde quer que eu pare os meus olhos, há sempre algo, de nós, por toda a parte.
Posso passar um dia inteiro e apenas proferir o indispensável e, viver como muda durante muitos outros dias, pois ninguém mais deverá saber como tu arrancar-me as palavras. Porque aos outros tenho que falar, pra me ouvirem, mas a ti sei que não, sei que tens o coração fora do peito neste preciso momento em que tas digo, em que te escrevo, porque ambos sabemos que meio coração que temos, é do outro.
Sei que estás enclausurado neste silencio manso, tal como eu.
Sei também que te magoo com as palavras, e tu sabes que nada podemos fazer, nem eu nem tu, para o impedir.
Porque as palavras que te digo, rasgam-me o pensamento. Saem de mim, tantas vezes abruptamente, sem querer, que até me assustam, nesta surdez que interrompem sem pedir licença. Assaltam-me, como que gritam dentro de mim, e escrevo-tas, onde nunca as lês, onde não basta, onde não vens, onde não estás...
Onde não te tenho, sinto-te tanto amor!
Onde não quiseste mais ficar, tenho daquelas tão longas conversas contigo...
Perco-me em tantos doces sorrisos, pautados pela musica desse nosso outrora prazer de estar-mos entre um e outro, mesmo que com tudo o resto presente, daquela forma que não incomodava, nada, nem a nós.
Sim, tenho vivido calada, apenas com as nossas palavras, as não ditas, a bailar na minha cabeça, no meu pensamento.
Nunca me recusei verbalmente a amar-te, não o poderia ter feito, embora devesse.
Mas também nunca verbalizei o ultimato que, hoje te traria aqui, ou não, mas pelo menos hoje sabia... e não sei, porque nunca te direi, por mais que te diga, como dói, nunca saberás, por mais que digas como dói, o meu coração.
Acredito que se soubesses, já terias feito uma escolha, daquelas que se tornam físicas não só das intencionais, porque essa fizemos os dois em simultâneo, quando nos entregámos sem palavras.
E é sem palavras, que te vou tendo, que te vou ouvindo, que te vou amando, com respostas em branco inalcançáveis para essas perguntas e medos intransponíveis, que vão sempre existir, mesmo depois de ditas todas as palavras.
Não preciso das palavras pra sentir-te. Em silencio ou não e quer queiramos quer não, estamos em toda a parte por onde ande.
O sabor amargo e doce das descobertas mutuas anda sempre na minha boca.
Os beijos que me fizeram sentir mulher como nunca, estão vivos, estão ansiosos, como as palavras.
Os planos suspendidos, continuam guardados numa caixa metálica em forma de coração, vermelha, aquela que abris-te comigo e, nela deixas-te que te fechasse, pra te abrir todos os momentos, em que não estás comigo.
As tuas mãos que desviam dos meus lábios os meus cabelos, estão sempre aqui, ora apenas me seguram a almofada, me aconchegam o edredom, me passam o guardanapo, me estendem um bombom, ora mergulham suavemente no meu corpo liquido de tanto esperar que descongela, e volta a aquecer, num estado morno, quente, a escaldar, em que me percorres todos os sentidos, só de nos lembrar.
Os teus olhos, aquele claro azul claro translucido dos teus olhos, está sempre a olhar pra mim, ora no mais profundo da minha alma, sem palavras como sempre, ora de pálpebras revestido, a pedir-me que te cubra de beijos e carinhos.
Os teus mimos, a tua saudade, estão sempre em mim, pesem embora as palavras, as ditas e as não ditas, as que nunca te disse, e as que nunca me dirás.
Mas, não preciso das palavras para amar-te, valha-nos isso.
E não serão palavras, que poderão mudar isso, ou isto.
O mar quando me obrigo a ficar frente-a-frente com ele, tráz-me todos os teus recados.
O sol, o luar, o pão e o queijo que substituem a refeição, o corpo do vinho que me ensinaste a saborear, repetem-me todos os teus segredos.
O vento numa noite escura e o frio que me range os dentes, o calor abrasador embora à sombra dentro de um carro fechado, os caminhos de areia e mato para todo-o-terreno percorridos em loucas tardes num ligeiro alugado, as baladas que nos encantaram e que sentimos nossas, as promessas em que nos relemos nas cartas de amor que todos os apaixonados se escrevem, trazem-te de volta, de cada vez que andas afastado.
Onde quer que eu pare o meu coração por milésimos de segundo para descansar, mesmo que apeteça às vezes não voltar a deixá-lo bater sem ti, estás tu em mim com a metade de teu coração que bate no meu e me pertence, pra me dar força pra suspirar, em vez de parar no tempo, e mesmo sem palavras, continuar a respirar o nosso amor, e mesmo sem ele, e com o coração inteiro a sangrar, continuar a viver.
"Espera por mim, amo-te e quero-te só pra mim!"... Pode ser só impressão, pode ser só desejo, saudade, mas acho que foram essas palavras de coragem, que acabaste agora de me sussurrar ao ouvido!

Malu

02/05/2008

...a natureza não tem pressa...

Mais uma noite acordada, mais um dia a vaguear na sombra de nós e na saudade de te ter aqui, vazia de ti.
Às vezes custa, dói sem medida, esse silêncio impar de quando procuro as tuas mãos, os teus olhos e não estás, não te dás.
Às vezes sossega um pouco este desespero, atenua-se essa tristeza profunda da nossa ausência e brilha o sol do nosso amor dentro de mim quando te sinto em mim como sinto, como tenho a certeza que também estou em ti.
Por vezes morro de solidão, choro desalmadamente, desgasto-me em pranto por não te ter e doer tanto.
Outras vezes consigo com a tua força e a tua paz acreditar que cada dia que passa, tão devagar, é apenas menos um dia sem ti, apenas mais um que passou e que nos aproximou. Porque a nossa historia ainda não começou, não vai a meio, nem acaba aqui. A nossa historia tem obviamente um final feliz onde estamos juntos e não assim, onde podemos andar livres de mãos dadas na rua de noite, de dia, por onde o vento nos levar, sem medos, sem meias verdades, sem mais dramas, sem mais lágrimas, a não ser de felicidade…
Mas um dia passa devagar, mais ou menos, a cada um. E as forças imbatíveis da galáxia, movem só a seu tempo as energias a favor do bem.
Tudo se há-de concertar a seu tempo! Sim, bem creio que, tudo o que estiver desconectado, deverá ir ao lugar certo. Mas os dias continuarão a passar, muito devagar. A natureza não tem pressa, muito menos em nos juntar.
Será que tiveste tempo neste longo dia, para te lembrares de mim?
Sentes como eu, que sem nós, os dias passam tão cruelmente devagar?
Se o tempo pode carregar o amor, sei que todo este tempo que estás sem mim, mas em mim, sabes como te tenho amado!

Malu

01/05/2008

..se este amor se perder...

Nem sequer te vi, já me disseste adeus
Não chorei por ti, cerraste os olhos meus
Não te conheci, escondeste-me entre os teus
Não reconheci quando te apresentaste
Nem desconfiei quando te apaixonaste
Não estremeci quando me beijaste…
Não, não percebi, que tanto te queria
Não no primeiro olhar, não no primeiro dia
Nem hoje sei sequer, o que antes não sabia…

Porquê, tinha eu que te amar assim ?!
Porquê, tinhas tu que olhar pra mim ?!
Como vamos agora conseguir viver
Este grande amor, que nasceu sem saber ?!
Um sentimento tão forte que dói
Um querer tão imenso que destroi
Uma vida tão complicada, desavinda
Uma tão tumultuosa estrada, infinda…

Como, quando vamos ficar juntos meu amor?
Como, quando vai parar este terror?
Este medo de te ter, te querer tanto, te amar
e não saber…
Como parar de sofrer, de magoar?
O que vai ser de nós…se este amor se perder ?!

Malu

Fevereiro 2008

...saudades...


Saudades...
Do pouco que tive, do muito que senti
Dos abraços apertados, dos momentos que vivi
Do olhar os teus olhos e me sentir desejado
Da tua timidez que me deixava acanhado

Saudades...
Dos carinhos vindos das tuas mãos
De caminhar ao teu lado mesmo sem direção
Das adversidades que vinham nos assolar
Dos mais simples gestos que tinha pra me acalmar

Saudades...
Das canções que junto a ti ouvia
Dos momentos que por nada, agente ria
Dos poemas que pra mim recitava
Da mais bela voz que me deixou encantado

Saudades...
Da brisa, da lua, da chuva
Do instante em que me senti completamente teu
De ficar e estar contigo
Das noites a conversar até ao amanhecer

Saudades...
Da forma mais linda como me beijavas
Da maneira carinhosa como me tocavas
Do olhar de menina que me fascinou
Do teu gosto e teu cheiro que em mim ficou.

Saudades de ti meu Amor.


(com os devidos créditos, o poema original
é assinado por uma renata, e foi publicado
em poemas.com.brasil, mas
(tu) adaptaste a nós)

...saberias...

saberias o que fazer comigo... se eu não soubesse...?
saberias como estar comigo... se eu não estivesse ...?
saberias amar-me mais ou menos...como eu necessitasse...?
saberias dizer-me como sentir, quando eu não sentisse...?
saberias dizer-me como parar...quando eu não conseguisse ...?
saberias dizer-me como avançar... quando eu emperrasse...?
saberias ajudar-me a levantar...quando eu caisse...?

Ninguém sabe...eu sei...
até ao momento...
Quero que saibas apenas que
adoraria, que tentasses descobrir...

amo-te muito

(de mim para ti)

..quero...

Quero o sol nas manhãs que não estás comigo
Para aquecer-me como fazias todos os dias quando a teu lado estava
Quero a agua fresca na minha boca
Para matar a sede dos teus beijos
Quero a brisa na minha face
Para que eu possa lembrar-me dos teus doces carinhos
Quero a erva verde à beira duma lagoa
Para que eu possa passar horas mergulhado em recordações
Quero a musica em forma de lembrança...as nossas
Quero o calor para que o meu suor me faça lembrar o deslizar dos teus cabelos
Quero a estrada calma
Para ouvir a tua voz nas nossas longas conversas
Quero uma cabana no alto de uma montanha
Para lembrar dos nossos melhores momentos
Quero um pinheiro manso
Para debaixo dele poder declarar todo o meu amor
Quero amar-te na brisa do oceano
Quero amar-te ao som das ondas, sentado numa pedra...e tu distante e tão perto ao mesmo tempo
Quero o frio da madrugada ...com noites geladas
Quero a lua para me levar atè perto de ti pra toda a minha vida
Quero o sol nas manhãs que não estás comigo...
Quero-te junto a mim.

(a daniela publicou em supertextos o poema original
mas tu adaptaste a nós)

...em pessoa...


“Nunca amamos ninguém. Amamos, tão somente, a idéia que fazemos de alguém. É um conceito nosso, em suma, é a nós mesmos que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa.”

“A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida.”

“O amor é um sonho que chega para o pouco ser que se é”.

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem...Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”

“A felicidade está fora da felicidade.”

“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso”.
O Homem é do tamanho do seu sonho.”

Fernando Pessoa
(pessoa em ti)

...Sinto a tua falta...

Sinto a tua falta....
Sinto falta do teu cheiro...da tua voz, dos teus sorrisos...
Da tua boca a dizer-me segredos só a mim revelados
Segredos nossos,bem guardados no mais intímo do meu ser.
Falta-me um pedaço....
Um pedaço do meu coração...
Da minha essência de ser que se despreendeu de mim para te fazer companhia...
Que de ti não se quis separar.....
Devolve-me amor meu aquilo que me pertence....
A metade do meu coração que completa o teu....
Sem ela sou um ser pela metade...
Sinto a eterna saudade....
Prisioneira do teu amor no tempo...
Liberta-me ou vem fazer-me feliz.....
Só tu podes fazer-me feliz....quero-te!
Sem medo ou ansiedade....
Com calma e tranquilidade
Que só os verdadeiros seres que se completam podem dar um ao outro
Amo-te.......muito e eternamente......
O teu amor encontrou-me....
A tua força de vida brilhou por mim, para mim....
E a minha explodiu em uma profusão de cores no universo
Quando atingiu o limite do teu ser...

26 de Novembro de 2004
Lisboa-Portugal
Ass: Convidado anónimo

(este alguém publicou no forum aveiro no terravista

e tu deste-me a ler... adorei)

...estar longe...

Estar longe de ti é ter a noção do tempo e não saber preenchê-lo...
É perder a paz e conhecer a ausência de alguém presente.
Estar longe de ti, talvez seja o maior desafio pro meu coração,
É ter necessidade de me manter acordado para a vida
enquanto o meu corpo adormece na tua ausência.
Estar longe de ti, é tentar permanecer calado
enquanto o meu peito grita...
É procurar respostas e não encontrar...
É descobrir forças no infinito,
É morrer de saudades
a todo instante que penso em ti!

(tu adaptaste e aportuguesaste, pra mim...e ficou mui lindo, mas a publicar, deixo os créditos á daniela, dos super textos, no original "ficar sem você" que de resto, muitos já usaram também nos seus fotoblogs e em outras mensagens de amor, obrigado

...

não preciso de um poeta em ti, basta-me saber que és sensível, à poesia, tanto que a transformas, para me agradar, e dares-te a esse trabalho, jé é um grande trabalho, reconheço)

...para o meu grande amor...

Se o amor for grande,
A espera não será eterna,
Os problemas não serão dilemas,
E a distância será vencida.

Se a compreensão existir,
As brigas fortalecer-nos-ão,
Os factos farão-nos rir,
E os diálogos marcar-nos-ão.

Se o respeito prevalecer,
Os carinhos serão doces e suaves,
Os beijos profundos e cheios de valor,
E os abraços calorosos e reconfortantes.

Se a confiança existir,
A dúvida se extinguir-se-á,
As perguntas serão respondidas,
E as palavras poderão ser ditas.

Talvez não seja um amor eterno.
E não é um amor doentio,
Nem um amor ideal.
Mas um amor Verdadeiro.

Aquele que vence as barreiras
Impostas pela vida e pelas ocasiões.
Aquele que não teme a escolha,
E faz a opção de simplesmente
Ser intensamente vivido.

( as palavras,
seja o poema é de Myrian Sartori)
Amo-te. (acrescentaste tu)

...Não sei...


Não sei porque escrevo, ....sim sei, são estas saudades que crescem dia após dia... mas palavras não transmitem aquilo que o meu coração sente. E uma vontade de parar de escrever cresce como a vontade de estar contigo. Sonho o dia em que a distancia não será sentida. E paro de escrever para sonhar...sonhando escrevo o que não sei dizer ou expressar em pensamento real. E porque é sonho paro!
Perdido nos labirintos do meu ser não quero parar de escrever. Como se a escrita me levasse a uma saída o encontro comigo no próprio ser, encontro maravilhoso de sentimentos puros... Talvez eu lá esteja não sei... Continuo perdido.
E como que reclamando o meu lugar descubro que não estou na totalidade perdido, pedaços de mim estão em mais alguém...
Dava a minha vida para estar contigo...sei que é impossível, por agora, mas eu não consigo esquecer-me de ti...aliás, não quero esquecer-me de ti ...porque na verdade... eu Amo-te!

(tu, e as tuas adaptações... até que ficam bem, e tocam-me sim
adoro saber que ao leres, te apetece fazer-me passar a mesma mensagem

Esta, está em mensagens virtuais ponto come, no tema saudade é a 18ª, e foi originalmente cedida por uma tal de Pathy, a mesma que não quero que me acuse de plágio, mas tu, e as tuas adaptações, merecem que recorde este texto, nem que seja só pela última palavra, e para sempre)

...a doer...

Nos momentos mais inesperados, vejo-me a pensar em ti.
Muitas vezes, acordo e sinto-te ao meu lado, mas não estás, foi apenas um sonho.
Outras, andando sem rumo certo, vejo-te entre a multidão, mas foi apenas ilusão.
Pergunto ao vento,como fazer para te encontrar?

Ele sopra tão rápido que não ouço a resposta.
Pergunto, então aos pássaros que voam pelos céus, eles voam tão alto, que não consigo entender o que dizem.
Nos meus sonhos nocturnos e naqueles em que estou acordado, nas minhas caminhadas solitárias, nas minhas saudades doloridas, em qualquer lugar que eu ande,

vejo-me a pensar em ti. Ocupas os meus pensamentos por inteiro.
Tento desvia-los, à procura de novos horizontes, mas tudo me faz lembrar de ti, até as lágrimas que derramo, derramo-as por me lembrar de ti, pois

Amo-te tanto... que chega a doer.

(tu... ou talvez não... mas também não importa)

...podes tu?...

Se tu pudesses ver dentro da minha alma
Ver dentro do meu coração
Tu saberias como eu tenho tempo para ti
Mesmo, sempre, estando tão longe
Se tu pudesses ver dentro da minha cabeça
Se os pensamentos são coisas para ver
Sabes... eu mostrar-te-ia com agrado
Tudo quanto significas pra mim
Todas as maneiras com que tu me reconfortas
A tua maneira de ser que me mantem próximo
Tu que sabes exatamente como fazer
Para acabar com todo o meu medo
As expressões dos teus lindos olhos
O brilho do teu sorriso, a melodia da tua voz...
A cor da tua alma, do teu TU
São apenas algumas das muitas razões
Para eu te Amar e te querer tanto
Saber que posso falar contigo
Sobre tudo e qualquer coisa
E saber que juntos iremos um dia
Através das nossas vidas.... viver !
Eu poderia percorrer o mundo
E isso, eu sei que é verdade!
Eu nunca encontraria um outro amor
Tal como o amor que encontrei em ti.
Embora a cada novo dia, a cada amanhecer
Não possamos saber o que virá a ser
Há uma coisa que eu sei ao certo
Eu Amo-te cada vez mais e mais
Portanto, se tu pudesses ver dentro da minha cabeça
Se os pensamentos são coisas que se possam ver
Tu saberias que eu me sinto bem, muito bem
E gostaria que assim continua-se...
Num sem fim...juntos e muito felizes.
Ajudas-me?


(tu? Não sei!
mas se tu pudesses ler dentro de mim,

eu também te poderia escrever uma coisa assim ;))

...perdoa-me...

Perdoa-me pelos momentos de coragem e de fraqueza...
Perdoa-me pelos instantes de alegria e também pelos momentos de tristeza...
Perdoa-me por tudo...
Perdoa-me por nunca conseguir atingir a perfeição tão esperada por ti...
Perdoa-me por te amar tanto a ponto de não querer viver sem ti...
Perdoa-me pelos momentos que errei, mas perdoa-me também pelos momentos em que acertei.
Perdoa-me até mesmo por eu existir!
Perdoa-me por não conseguir estar sem ti...
Mas perdoa-me também pelos momentos que pude viver ao teu lado... E podes estar certa que estes momentos realmente eu os vivi!
Perdoa-me por cada dia que te fiz feliz e infeliz também...
E obrigado, muito obrigado por me amares!
Eu também te amo... Muito, demais, a ponto de te pedir para me perdoares por todo este amor que eu sinto...
Perdoa-me, Amor, perdoa-me por tentar fazer-te feliz de tão longe e não conseguir...
Perdoa-me por esta intrusão na tua vida pacata...
Perdoa-me, meu anjo, se o desespero for tão grande que tu não me consigas esperar-me...
Meu Anjo perdoa-me...Porque no teu perdão talvez eu consiga encontrar-te...
Perdoa a minha fraqueza de não saber esperar...mas quero-te tanto!
Perdoa-me até por eu não perceber o porquê dessa vontade de esperar!
Perdoa-me...Por eu não conseguir ser diferente...
Perdoa-me por desejar tanto os teus abraços pra me sentir seguro...
Perdoa-me pela revolução inesperada que em tão pouco tempo nasceu.
Perdoa-me por necessitar do teu corpo, alma e coração aqui presentes... Aqui comigo...
Perdoa-me por me sentir obrigado a ausentar-me da tua vida por tanto tempo...
Mas também te peço perdão por me deixares tão perdido....Tão sem saber como vai ser amanhã...Tão sem vontade de continuar a vida...mas a querer tanto vivê-la contigo!
Perdoa-me por te amar...
Perdoa-me por não saber entender a tua ausência permanente...
Perdoa-me por todas as mudanças que sofres-te por minha causa...
Perdoa-me por tanto te amar...
Perdoa-me...Simplesmente perdoa-me por tudo que fiz e também por tudo que não fiz... Amo-te, ontem, hoje e amanhã... Amo-te eternamente!
Perdoa-me, Meu Amor, pelos meus gestos, pelas minhas palavras ditas e não ditas...
Perdoa-me pela minha coragem e também pela minha cobardia...
E perdoa-me até por teres que ler esta mensagem e também por me escutares...
Perdoa-me...se puderes!
Perdoa-me...

Adoro-te

(tu escreveste à nossa maneira, adaptaste e não pedes perdão, porque não há que pedir, mas transcrevendo tu, devo creditar o pensamento original ao publicar aqui... perdoe-nos a Xinha, em Sintra, que te inspirou, no seu blog refúgio sagrado)

...existir em mim...


Perdoa-me de eu existir,
Perdoa-me de eu te amar,
De eu à esperança gritar
De querer um dia o teu olhar.

Perdoa-me de te ter conhecido,
Perdoa-me de me entregar,
De não me ter esquecido
De hoje continuar a sonhar.

Perdoa-me de pensar em ti,
Perdoa-me não te esquecer,
Sofrimento, ainda não aprendi
Talvez um dia quando morrer.

Perdoa-me de ser assim,
Perdoa-me de eu te sorrir,
Se fizeres parte de mim
Perdoa-me de eu existir.


(o poema "Perdoa-me de eu Existir"é de FranKlim Amaral, e faz parte do livro "O Grito do Silêncio", e tu dás-mo a ler como quem confessa que o queria ter escrito, e exorcizas o teu não existir em mim)

...tempo...


Se eu tivesse só um segundo pra te ver
Só um minuto, o tempo de te fazer um carinho
Só uma tarde para um momento
nos teus braços, a sonhar
Só um dia, juntos tu e eu
Só uma semana em férias, longe, só nós dois
Só um mês pra me fazer um lugar a teu lado
Só um ano pra poder renascer contigo
Só uma vida pra te dizer: Amo-te

Como passar um minuto sem pensar em ti?

(tu?!)

...andorinha...


Se eu fosse uma andorinha
Secreta e mensageira azul dos apaixonados
Suspenderia o meu vôo entre as tuas mãos
E nas minhas asas apaixonadas, levarte-ía
Respirar uma primavera eterna
No coração duma noite de Amor
Sem fim...

Quero-te pra mim, só isso!
Lembra-te de nunca esquecer.

(tu?!)

...obrigado por nós...

Não sei há quanto tempo te amo
Tenho aquela inexplicável sensação
De que sempre te amei
Sempre te procurei em todos os meus amores
Mesmo antes de te encontrar ou conhecer

E olha que não pode ser cegueira
Não pode ser só fantasia, resultante da carência sazonal
Os anos e a vida tornaram-me muito exigente, muito selecta…
Cheguei mesmo a pensar em tempos recentes
Que mais ninguém me levaria à certa
Ninguém mais me conquistaria

Também não sei por quanto tempo te irei amar
Mas tenho uma confortante paz em mim
Que me diz que não preciso correr
Não há mais busca
Não há outro caminho a escolher

Não sei se morro de saudade ou de felicidade
Tenho a plena consciência
De que por feliz acaso, mero destino
O teu ser, o teu eu, cruzou comigo
E encaixou sem esforço algum

Em ti não tenho só afinidade, tenho metade de mim
Ou não tenho, mas pelo menos sei que existe
E sendo assim, já não me sinto incapaz aqui
Como com peças em falta… sei onde estão!

Se dizem os que já fizeram correr rios de tinta
a dissecar a temática dos relacionamentos humanos
que”nada acontece em vão…tudo tem uma razão de ser”
Hoje acredito nisso como quem carrega uma fé
A força que me alimenta o espírito, e o corpo me sossega

Aceito-te, com alegria, sem dramas sem exigir mais
A este imperfeito amor que me preenche na perfeição
Se tu és “O meu grande amor”, só o tempo o dirá
Se não és, obrigado na mesma… por teres vindo

Obrigado por todos os momentos, todas as palavras
Todos os olhares que falaram tanto em silencio
Obrigado pelos sonhos onde me fizeste levitar
Só com uma tua mão na minha, no meu rosto, no meu cabelo
Só com o teu estar juntinho a mim…

A vida não é assim tão cor de rosa…eu sei
Não sei quantos momentos mais ainda me restam contigo
Não sei se mais, não sei se nunca mais, quem saberá?!…
Sei que o facto de existires ou de teres existido
E de me teres feito renascer neste estado hilariante de ternura
O facto de me teres amado sem eu te pedir, como eu sei que amas
Não importa até quando… me ressuscitou!

“Obrigado por existires”
Parece um dito tão banal
Mas é tudo o que me é urgente dizer-te meu amor
Não sei inventar outra frase mais bonita neste momento...

Espero que a dor deste amor, não te faça desistir de nós
Mas, se um dia isso acontecer vou amar-te por igual, tal e qual
E vou dizer- ainda obrigado, por ter havido “nós”…
Nós sim… tu e eu, ou eu e tu, existimos
E isso, é efectivamente a melhor surpresa da vida
A esta altura do campeonato

Podias ser só tu, só eu, mas não
Somos nós, fomos nós, e seremos nós
Por muito tempo ainda, enquanto quiseres, enquanto puderes…
Não sei como, não sei quando, não sei onde voltaremos
Ou chegaremos a ser nós, como realmente merecemos
Sei apenas que hoje, aqui e agora, o universo não faz sentido sem nós
A minha vida não tem sentido sem nós, e não fico surpreendida
Os meus dias, os meus sonhos, as minhas noites, os meus ais
Não existem, sem nós, e não lamento que seja só nosso este recanto
Este lugar onde nós acontecemos

E estamos sempre sós, vazios de nós, perdidos, desesperados… eu sei
Mas espero eu que tu me continues a dar esta coragem de acreditar
A convencer-me de que “nós” vamos conseguir
E até lá, que vivas entre nós, feliz, por nós…

Obrigado por existires
E por sempre dizeres
Aquele que é de nós
Até breve, meu amor

Malu
Alcobaça, 6 de Janeiro de 2008