Restos de sol, ferem meu último olhar.
Rastos de luz, escurecem o meu eterno viver.
Sombras, de tudo o que fui e o que vi,
Mancham de negro, o nada que serei.
Apenas partes, espalhadas, roubadas de mim,
Se separam, se desvanecem, pelos cantos onde estive.
E, mesmo nada tendo para guardar,
Recolho hoje tesouros do meu ser,
Reclamo agora, por glórias que perdi,
Em tantas páginas que saltei, desse livro,
Meio lido…meio apagado e, sem fim…
Contando em branco, as histórias,
Da alma morta, que em mim vive…
Cantando baixinho, memórias…
As que sonhei e, não tive!
E, de rastos, me vêm à alma,
Essas lembranças ocas do tempo que não passa…
E, já presa…me alerto para fugir e,
Para não seguir, onde não vou...
E, é de toda aquela que me chamaram;
A deslouvada…a louca…até a calma;
De toda aquela que é minha própria massa,
Feita de matéria única…mas, a ruir,
Que…pedaços de mim, escondem o que sou...
E só não mostram aquela...
Que todos vocês amaram…!
São apenas plásticas, as palavras…vãs e inúteis…
Essas, que todos vós, por mim, falaram…!!!
Marta Luis
Alcobaça
19-10-1995
1 comentário:
Lindos , simplesmente lindos os teus poemas
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