Faz-me falta um demónio,
ao menos um demonio,
que se acomode no sótão mental
para expulsar dos versos as metáforas,
dar um jeito travesso na ternura
e um som de sacrilegio nas paixões.
Um demónio servil
para pintar de carmim os labios descorados
dos múltiplos rostos
que a verdade costuma apresentar-nos;
e que varra do chão
os vidros rotos
em que piso descalça
na minha travessia do deserto.
Tania Alegria
1 comentário:
Venho agradecer a honra de ter um poema de minha autoria publicado no seu blog.
Sensibilizada, agradeço igualmente o poético comentário de Fernando Tomas.
Desde Lisboa, uma saudação cordial e um abraço afectuoso.
Tania Alegria
Tania Alegria
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