18/05/2009

...des(umano)...

"...Nem sempre somos capazes de perceber o outro, mas quase sempre somos capazes de lhe dizer coisas que o podem magoar..."

São palavras de Sofia/aifos, não minhas, e escritas talvez num contexto amoroso ou de relacionamento afectivo, mas que hoje me fazem reflectir sobre o desfecho desumano, de uma reunião de trabalho que aconteceu na passada sexta feira à noite, na Cister Fm.


Há pessoas, que nos tratam como máquinas e esquecem-se que as máquinas também podem virar-se contra nós, ou ser menos máquinas do que nós...
Há pessoas, que nos julgam à primeira vista, ao primeiro contacto e que nos marcam, assim como com outros nós fazemos o mesmo...
Quer por aspectos positivos, quer por negativos.
Aspectos, pontos, ou situações, que não tendo sido posteriormente esclarecidas, ou mesmo tendo sido, e simplesmente por pré-concebismos ou preconceitos desumanos, puseram os outros, ou nos deixaram a nós, à margem de um possível desenvolvimento, no relacionamento, quer profissional quer meramente existencial connosco ou com o outro...

Há pessoas, que cresceram tanto profissionalmente, que não têm agora tempo a perder, com quem os seus "filtros" maquinalmente estereotipados não deixaram passar a primeira barreira.

Há pessoas, que cresceram tanto profissionalmente, que se esqueceram de crescer humanamente... e que magoam só porque sim... porque são "crescidos" em relação aos que consideram "diminuídos" e sem interesse para o seu próprio crescimento pessoal, ou dos seus objectivos e, sem mais excluem a possibilidade de a si próprios, se deixarem crescer... ganhando o seu precioso tempo, humanamente, com aqueles que julgaram primeiramente.

A vida, não é um tribunal... Não há situações humanas, que não se possam julgar duas vezes, não sendo crimes... Não há nuncas, nas relações inter pessoais, ou no corte das mesmas, ou no espaço ou dimensão do não chegarem a existir.

Só há afinidades, e pessoas, que se cruzam e descruzam.
E nessa noite não conheci, porque embora há um mês o tenha visto pela primeira vez e nas ultimas semanas tenha passado algum tempo a observar o seu trabalho, ou não, mas cruzei-me frontalmente com o crescido "W", e cresci muito com o facto de nesse "embate" no final de uma reunião da qual esperava mais de si, o próprio imediatamente, ter mudado de direcção, à minha aproximação, que como todas as minhas aproximações, poderá ter sido, como diga "violenta" ou seja, sem papas na lingua, e sem submissismos a que outros chamam de respeito, ou delicadezas a que chamam de boa educação, mas antes com a frontalidade e posicionamento em igualdade de nível para com quem falo, que me é característica.

No momento em que com desrespeito e um olhar depreciativo pergunta: "quem é você para...?!"
No momento em que o próprio me disse "consigo, a partir de hoje as nossas conversas vão ser estritamente profissionais, e não vão passar esta linha" que traçou entre nós, com o seu pé esquerdo...cresci !
Andou muito para trás na consideração que lhe começava a sentir, e que se a si, não lhe faz falta, a mim menos ainda.
O fantástico "W" que, por mérito próprio assim o considero profissionalmente, contradisse-se, mostrando-se indisponível, depois de inicialmente iludir, todos os presentes nesta e noutras passagens de trabalho, em que se fez parecer acessível e parte de uma equipa, em que afinal é apenas o intocável líder e único pensador.

Cresci quando percebi que ainda bem...!
Porque não vale a pena, tentar ajudar, ou aprender a crescer com quem só cresceu até hoje, para um lado... e ficou tão gigante como deficiente aos meus olhos menos sentimentais e mais analistas, cheios de filtros (mas eu acredito no que os meus olhos vêem, e no que o meu coração sente)...

Aprendi uma vez mais, que vale a pena ser eu mesma, e nunca perder os meus "tomates" mesmo que me caiam ao chão, com a falta de carácter em certas situações de certas pessoas...
Aprendi, que mais uma vez, posso ser rotulada de tudo: de mal educada, de metida, de quem queiram fazer passar por burra, mas o melhor de mim, está no facto de ser sempre fiel, única e simplesmente, a mim mesma.

Aprendi a valorizar-me mais ainda quando me espezinham, e a não me deixar enterrar pelo que esses julgam e espalham acerca da minha personalidade ou pessoa. Aprendi que prefiro continuar a "perder" a apreciação desses ditos "superiores", e a chorar de olhos nos olhos, sem ter que me esconder, nem me envergonhar do que é sentir e revelar...

Aprendi, a optar por não crescer por onde vão todos os outros, todos encantados, e a preferir ser diminuta mas genuína, e muito mais eu..."sem medo de ser feliz"...

E para o "W" que se sentiu ofendido pela minha pessoa em algum momento, e que me apelidou de mal educada e enxovalhou mal educadamente, e com a atitude tanto desumana como não profissional que optou tomar, desviando o assunto para o tom e sentido que quis ... eu acrescento apenas que continuo com "eles no sítio" ... e que só quem não me conhece é que me perde, porque embora acredite que tivesse muito para me ensinar, também eu tinha muito para lhe dar... e ambos dispensamos...!

Repito que, tudo o que me possa acusar em relação a si, foi não intencional, mas tudo o que escrevo que fez e disse, em relação a mim, foi calculado e propositado... e isso sim, merece respeito. Respeito, por mim, porque quando alguém nos tenta denegrir, é porque não nos consegue vencer, e decerto também nesta guerra, já isso aprendeu!

Acredite então na máxima de que:"As pessoas esquecerão o que você disse, o que você fez, mas nunca esquecerão, o que as fez sentir!"
E sabe o que me fez sentir?!
Não o lixo que tencionou, mas a melhor pessoa que sou!

Ambos sabemos que há espaço para todos neste mundo... e o seu mundo é tão grande, que realmente eu sou uma formiga que nele pode pisar...mas no meu pequenino mundo, que é o que realmente me importa, o "W" é tão gigantesco, que não cabe... a não ser que tivesse uma pequenina partícula de "bom feeling e humildade" nos julgamentos que faz das pessoas, e nos tratamentos "desumanos" que lhes aplica... e ai, quisesse fazer parte com essa pequenina parte de si, das pessoas que eu admiro, e com elas partilho e retribuo o que me dão, do "meu" insignificante mundo.

Tão insignificante, que nem desperta a certas pessoas sequer a tentação de espreitar...quanto mais...entrar... ou depois...ficar...!!!

Olhe...temos pena, ... é menos um !!!
O que nos vale, é que o mundo gira...

1 comentário:

Mitsotaki disse...

Mais uma vez reconheço nas tuas palavras aquela que sempre te disse pra não deixares de ser, TU mesma!

Continua sempre, não deixes NUNCA que denigram quem tu realmente és...dizem que é preciso de tudo pra fazer um Mundo, pena que certas pessoas vivam só no "seu" Mundo ao ponto de o tornarem tão ridiculo que algum dia ao acordarem sertir-se-ão extremamente sózinhas!!!

Coragem.