06/12/2008

...Pena...


Penosos são os tempos

Angustiante é a espera
Desassossegado o contentamento
dos corações separados quando se amam...

Castigos são as horas

Desesperante é a passagem
Devastado o pensamento
das almas prometidas quando se enganam...

Não há dor que pareça maior
a quem chora por amor,
e não pensa em nada mais...

Não há mal que pareça pior
a quem morre de saudade,
e não vive por nada mais...


Alcobaça, 6 de Dezembro de 2008
Malu

1 comentário:

José Alberto Vasco disse...

IV

Nós somos loucos, não somos?
Desta louca poesia,
Desta riqueza dos pobres
Que se chama fantasia!

Ergamos pois nossa tenda
E nosso lar de pobreza
No mais ermo desses montes,
No fundo da natureza.

Se o frio apertar connosco,
Pois não temos mais calores,
Aqueceremos os membros
Na fogueira dos amores!

Se for grande a nossa sede,
Tão longe da fonte fria,
Contentar-nos-emos, filha,
Com as águas da poesia!

Assim à nossa pobreza
Daremos a Imensidade...
Que com isto se contente
Nossa pouca seriedade.

E, pois somos loucos, vamos
Atrás dos loucos mistérios...
Deixemos ricas cidades
Ao sério dos homens sérios!



Antero de Quental

(espero que gostes...)