De você não quero uma única palavra
por menor que seja
por menor que seja
destas que cabem num bolso interno
de casaco de inverno
não quero um adjetivo
destes que compram o sorriso
não quero um pronome
dos que anunciam:
pronto
lá vem meu nome
deslizando lingua abaixo
não quero um verbo,
muito menos conjugado no futuro
acenando com o eterno
quero só a esperança prometida no olhar
[se derretendo mudo]
de dias divinos
com trombetas, anjos, fadas querubins,
e você ao centro, nu
dançando só pra mim
Elza Fraga
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