26/11/2008

...refém...


Esquecer-me o pensamento era-me o bastante

Não me apetece pedir-me nada,
Não pretendo torturar-me hoje
Rebentaram as forças do meu sangue
Que já não alimenta alegremente o meu corpo
Não me inquieta a rebeldia de outrora
Que já não aquece nem faz pulsar meu coração


Meus olhos baços fechados, era-me o bastante

Não me já dói sequer cansá-los mais
Não sei mais procurar-te hoje
Esgotaram os lugares vagos onde te escondes
Onde não posso andar a teu lado
Não entendo como me manténs refém
Onde em cruel liberdade me aprisionas


Ter-te comigo ao acordar era-me o bastante

Não me digas que o não podes hoje
Não me digas que o não sabes quando
Dilaceras o meu ser, a minha alma
Que já te não têm, e têm sempre em mim
Não me é mais nem menos, essa dor
Que já te não vê, e te sente assim …
Malu
Alcobaça, 26 Novembro 2008

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