Ontem escrevi uma carta...
Sempre que temos medo ou certezas intimas de que vamos perder algo ou alguém, é quando lhe damos mais atenção, mais valor, mais tempo, do nosso tão precioso e disperso tempo, por coisas e pensamentos e divagações tão mais fúteis ou menos importantes do que a do momento em que chegamos a essa conclusão, de que estamos a perder alguém que amamos...
É esse sentimento que me veste, nestes ultimos tempos, de perda, de dura perda, e de revolta.
É voltando a ler a carta que escrevi ontem, e voltando a chorar com ela, que me recuso a clicar no "enviar"...
Não... não direi adeus a essa casa, porque também é minha... já fui embora de muitos corações, de muitos lugares de muitos projectos deixados a meio, por me fazerem mal durante o caminho antes do fim, e me acobardar, e desistir de lutar, pra lá chegar.
Não direi adeus..
Não hoje, não agora...
Não mereço tanta despedida ao mesmo tempo...
Engulo a ferida que abriu, e mais uma vez tento sarar, com o remédio santo que é, olhar prá frente... e levantar a crista e continuar a marchar... pisando toda a porcaria que está a nossos pés, e onde se estavamos a deixar afundar...
Como será viver sem a rádio? Sem a minha rádio? pensei eu esta noite...
E entre olhar pra trás, e ver tudo o que já passei ali, naquele mesmo lugar, com aquelas mesmas pessoas de há quase 20 anos a esta parte, coisas más e coisas boas, e ultimamente mais más que boas, que me fizeram mais uma vez pensar em abandonar... e, em vez disso, olhar pra frente e me imaginar, sem esse bichinho dentro de mim a vibrar, o de comunicar, esquecendo tudo o resto, e vivendo a rádio, só pra mim, e me lixar pró que acontece atrás dos microfones, em off... preferi o segundo cenário...decidi...
Vou ficar... ferida, de asa murcha, mas pronta pra voltar a arrebitar.
Que se lixem, todos os que me querem ver pelas costas, também aqui...
Posso chorar, posso barafustar, posso vacilar... quase posso quebrar...
Uma carta de despedida, como que de despedida, de uma segunda casa que tenho, de um lugar onde até há alguns tempos atrás me sentia sempre bem, de um refúgio que até mesmo onde já não me sinto bem, o continua a ser...
Não tenho vindo aqui...
Não tenho vindo aqui...
Tenho vagueado por outors blogs, onde me passeio e me encanto, e vou descobrindo que, tal como eu, há gente que consome as palavras e a escrita e a simplicidade dos sentires como alimento para a alma, como escape do quotidiano e como bálsamo para a dor, dos desencontros amorosos por que passamos todos.
Tenho andado perdida, o que não será novidade, mas distânte mesmo de mim, com muito trabalho, escalado ou voluntário, e com o coração preso, e apertado, do medo que é ter uma mãe doente, à espera de uma cirurgia delicada, a um tumor na cabeça...violento sim, mas cá se vai indo... e mais, essa "operação" foi adiada... será mais um mês de ansia que aproveito como nunca...
Sempre que temos medo ou certezas intimas de que vamos perder algo ou alguém, é quando lhe damos mais atenção, mais valor, mais tempo, do nosso tão precioso e disperso tempo, por coisas e pensamentos e divagações tão mais fúteis ou menos importantes do que a do momento em que chegamos a essa conclusão, de que estamos a perder alguém que amamos...
É esse sentimento que me veste, nestes ultimos tempos, de perda, de dura perda, e de revolta.
É voltando a ler a carta que escrevi ontem, e voltando a chorar com ela, que me recuso a clicar no "enviar"...
Não... não direi adeus a essa casa, porque também é minha... já fui embora de muitos corações, de muitos lugares de muitos projectos deixados a meio, por me fazerem mal durante o caminho antes do fim, e me acobardar, e desistir de lutar, pra lá chegar.
Não direi adeus..
Não hoje, não agora...
Não mereço tanta despedida ao mesmo tempo...
Engulo a ferida que abriu, e mais uma vez tento sarar, com o remédio santo que é, olhar prá frente... e levantar a crista e continuar a marchar... pisando toda a porcaria que está a nossos pés, e onde se estavamos a deixar afundar...
Como será viver sem a rádio? Sem a minha rádio? pensei eu esta noite...
E entre olhar pra trás, e ver tudo o que já passei ali, naquele mesmo lugar, com aquelas mesmas pessoas de há quase 20 anos a esta parte, coisas más e coisas boas, e ultimamente mais más que boas, que me fizeram mais uma vez pensar em abandonar... e, em vez disso, olhar pra frente e me imaginar, sem esse bichinho dentro de mim a vibrar, o de comunicar, esquecendo tudo o resto, e vivendo a rádio, só pra mim, e me lixar pró que acontece atrás dos microfones, em off... preferi o segundo cenário...decidi...
Vou ficar... ferida, de asa murcha, mas pronta pra voltar a arrebitar.
Que se lixem, todos os que me querem ver pelas costas, também aqui...
Posso chorar, posso barafustar, posso vacilar... quase posso quebrar...
Mas não direi adeus, não hoje, não agora...
Guardo em rascunho, para me lembrar e me engordar, já que tudo o que não nos mata torna-nos mais fortes.
Guardo em rascunho, para me lembrar e me engordar, já que tudo o que não nos mata torna-nos mais fortes.
4 comentários:
onde eu fico é porque eu quero, não porque alguém me peça...
e a carta que eu escrevi, não está aqui, pra ninguém ler... portanto ninguém pode dizer que a leu... só eu é que sei do que trata, e como disse, os assuntos em off, estão off, até mesmo daqui....
no entanto, obrigado pela atenção ...
Escreva uma mensagem ou um poema especial à sua mãe. Leia-o em voz alta só para ela e depois abrace-a e diga-lhe que a ama.
Vai ver que isso a tranquilizará a si. À sua mãe, dar-lhe-á forças para enfrentar a doença.
Digo-lhe isto porque sou pai e também filho...
As melhoras e energia positiva.
já fiz isso ... o post que aqui tenho no blog ...obrigado mãe... ela têm-o gravado em cd, lido por mim, para ouvir quando quiser... e foi transmitido no passado dia da mãe também, via rádio, com abraço na ponta....
obrigado
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