Como um grão de areia, solto na onda
Este vai e vem da maré
Não sei se me enjoa
Não sei se me embala
Como uma penugem, que se deixa cair
Da ave que se penica
Não sei se vou mais longe
Não sei se siga o vento
Esta dor, que se me agarra á pele
Como o hábito se cola ao monge
Não sei se me alimenta
Não sei se me mata
Sei que, dar mais um passo, me sabe sempre bem
Sei que, olhar para trás, de cada vez, é mais fútil
Cortando os pés, no piso frio, do gelo que parte
Olhando no escuro, não nei se real, se prepositado...
Sei que preciso de uma paragem, um suspiro
Olhar longe, e esticar os trilhos desta viagem
Colhendo as pétalas, desta flor que vai secando
Sentindo o perfume, que me acompanha desnorteado...
11 de Janeiro de 2002
Marta Luis.
Não me perguntes mais há quanto tempo me sinto assim...
eu sou assim...
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