14/09/2011

...Efémera Espécie...


Poucos me sabem. Meus passos são tímidos e minha voz quase não diz.. Por amante das miudezas, tenho o apreço da insignificância. Complicada e solitária, eis que preservo meus detalhes, quem dirá á algum milagre, com olhos a ponderá-los. Sou duas décadas antes da que nasci e antecedo três da que vivo. Tenho sentido como é dificil se integrar ao que não me cabe. Que presente é esse que me impuseram? Em que futuro me alicerçarei? Que passado me persegue? Sou a desfiguração atual, que aguarda desesperadamente uma explicação coerente á minha efêmera espécie. Encontrarei enfim um convívio? Poderei Senhor,me reconhecer com naturalidade aonde estou? Tenho sofrido demais com essa vida, incompreendida pela percepção conservadora e anti-promiscua. Eu assim, quero ser só. Quero ser tímida. Distante da epidêmica materialista. Quero continuar sendo esse bicho, enjaulada pelos principios, mas altiva a minha exclusividade.

 
Patrícia Vicensotti

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