27/10/2009

...tempestade...




só quero te lembrar (a imensidão do meu amor)

podes preferir a distância neste momento o que a mim me fere
com a mesma intensidade com que espero essa chuva passar

(eu sou o teu infinito)

por isso amor volta depressa por favor

(preciso que me ensines a dançar na chuva)

malu

...eternidade...


eterno de edmi no wordpress



nada é eterno
apenas enquanto dura
tanto a beleza como a velhice rota
tanto a alegria como a tristeza mais profunda
tanto a dor como o amor mais inquestionável

quando as palavras
os silêncios já nada nos dizem
é ai que desistimos

e eu que queria tanto que me deixasses amar-te
eternamente

malu

24/10/2009

...estamos vivos...


Sim,
ainda há pequenas liberdades nos segundos em que,
a caminhar,
se descobre que estamos vivos.

rodinhas o inatingivel

23/10/2009

... gotinha de vida ...


por ti, tudo faria outra vez

... clic ...


não me peças nada


deixa-me

...

...problema de quem?!... (II)



Pois continuemos e reflitamos, que o tema merece:

Não encontrar razões para viver, e decidir partir, é triste, mas é opção de quem vive depressivamente e sem forças para continuar... sempre a ter que justificar-se por não estar bem, sempre a ter que mascarar-se e sempre a ouvir sermões de que tem que ser mais forte que a dor, porque os outros também o são e, porque há ainda os "outros" que precisam dele... (mesmo sendo um ser desgastado).
Por exemplo, um passarito que sem mais por que correr atrás das migalhas que os outros lhe mandam decide estratelar-se contra o vidro da frente de um camião e...foi-se!!!!

Não é uma decisão fácil, nem reversível, para os que decidem mesmo sair deste mundo...
Não os que apenas chamam a atenção ou chantageiam outros, para conseguir os seus objectivos...

Mas há sempre um interruptor que se liga, uma gota de água, que transborda o copo, que uns viam como quase cheio, outros como quase vazio, conforme o optimismo ou sadomasoquismo de cada um. Estou literalmente a dizer que até no fim, há sempre quem nos empurre ou segure, como em tudo na vida, e há sempre cenas que acontecem ou deixam de acontecer que provocam uma decisão final sobre um assunto pisado, esmagado, dissecado ao extremo....
Eu por exemplo, estou constantemente a morrer e a ressuscitar...e falta apenas alguém ou alguma coisa ligar-me ou desligar-me à vida, ou à morte, porque de copos, estou cheia...e não queria morrer com vidros... nunca experimentei nem me atrai essa dissolução ou solução.
E isto, porque há situações, pessoas e momentos que me obrigam a sofrer mais do que consigo suportar, e há outras situações pessoas e momentos, por quem ou as quais ainda acho que vale a pena sacrificar-me e arrebitar, e tentar voltar a sorrir...sempre... Sempre há, quanto mais não sejam, os nossos rebentos, que são o que de única e exclusivamente temos de verdadeiramente nosso...

Chamem-lhe de cobardia...! Eu chamo-lhe de coragem... para pensar uma vez na vida, em si próprios, e deixarem tudo de vez, por uma vez...
E o problema, do irreversível não se põe a quem parte.
Quem parte morre, deixa de ter problemas para resolver...
Quem fica sim, fica com os problema nas mãos, fica, ou com aquela sensação estúpida de que poderia ter feito algo mais e não fez, por despiste ou distração ou por pura crueldade, ou os outros que ficam realmente desfalcados de quem os amava, e sem nunca mais poderem sentir esse amor, presente.

O problema fica, tal como quem fica (fica com ele)

Então, porque não partir?!

Quem não tem cão, ou dedica-se à apicultura, ou caça sempre com gato certo?


Ao passarito que fica, resta-lhe aprender a voar só, ou a arranjar outra companhia...
Ao que se estratelou frente ao camião - PAZ e descanso!!!



22/10/2009

...problema de quem?!...

fuseli - o pesadelo


"o maior problema do suicídio
é que não se pode revertê-lo"
mas... quem parte... abandona o problema

...eu não sei dizer...

imagem de graça loureiro

O silêncio, deixa-me ileso, e que importância tem?
Se assim, tu vês em mim alguém melhor que alguém
Sei que minto, pois o que sinto não é diferente de ti
Não cedo, este segredo...é frágil e é meu

Eu não sei…tanto sobre tanta coisa, que às vezes tenho medo, de dizer aquelas coisas, que fazem chorar ...
Quem te disse, coisas tristes, não era igual a mim
Sim, eu sei que choro, mas eu posso querer diferente p’ra ti

Eu não sei…tanto sobre tanta coisa, que às vezes tenho medo, de dizer aquelas coisas, que fazem chorar

E não me perguntes nada
Eu não sei dizer…

silence 4

20/10/2009

...Adeus...


foto de marta mendes


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava!
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os teus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os teus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...
já não se passa absolutamente nada.

E, no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos nada que dar.
Dentro de ti
Não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

...Por onde vim...


Quero voltar! Não sei por onde vim…
Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra
Por entre tanta sombra igual a mim!


{Florbela Espanca}

19/10/2009

...só o silêncio responde...


não sei se alguma vez viste
crescer a morte sobre um corpo

é como uma infância
de que se desconhecem os modos
ou o lento estalar de um vidro
são como imagens as imagens partidas
esse abandono de partir
o que em água viram os olhos
por esse lençol subido de silêncio
sobe nu de tempo
um homem com mãos devagar de luz
a morte cresce com ele
é o seu corpo que poderá ser
a palavra
pedro sena-lino

16/10/2009

...Não estás...


Nada consigo escrever
Nada sai ou entra que faça sentido
Nada do que leio me satisfaz

O dia está apenas morno
A noite foi apenas mais uma

Tanta coisa poderia dizer sobre o que sinto ou não sinto
que nada me parece relevante...
Não estás... e, é a razante, é o bastante!

Como poderei ficar em ti, se não estás em mim?
Malu

16-10-09

13/10/2009

...A Eterna Ausência...


Eu aguardei com lágrimas e o vento
suavizando o meu instinto aberto
no fumo do cigarro ou na alegria das aves
o surgimento anónimo
no grande cais da vida
desse navio nocturno
que me trazia aquela com lábios evidentes
e possuindo um perfil indubitável,
mulher com dedos religiosos
e braços espirituais...

Aquela mulher-pirâmide
com chamas pelo corpo
e gritos silenciosos nas pupilas.

Amante que não veio como a noite prometera
numa suspensa nuvem acordar
meu coração de carne e alguma cinza...

Amante que ficou não sei aonde
a castigar meus dias involúveis
ou a afogar meu sexo na caveira
deste carnal desespero!...


António Salvado, in "A Flor e a Noite"

...Lembra-te...



Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos

Mário Cesariny, in "Pena Capital"

12/10/2009

...não, não chega...




Não há pressa ?!
Há sim, mas seja lá quando for o nosso reencontro, será sempre tarde demais!!!

07/10/2009

...Gente que não existe merece mais um post...?!




Não posso sentir-me perseguida por alguém que
para mim, simplesmente NÃO EXISTE!!

É isso mesmo, IGNORO qualquer um que me leia e vai daí entenda que é pra si que escrevo e, vai dai dá de enviar comentários, mensagens e publicar outras coisas pessoais, como que de resposta, ou seja, que se ache no direito de me perseguir!

E como já antes falei aqui disto, não me vou repetir...

Há gente que escreve sobre si (como eu, e os que admiro)
Há gente que lê tudo e dá a ler tudo com o que se identifica ( como eu e os que admiro)
Mas há também e irritantemente gente que persegue agente, só porque não tem vida própria, e lê e responde como se fizesse parte de alguma coisa aqui... o que, não me enaltece, não me agrada, mas muito menos me incomoda... porque, depois de tanta atitude como tal, há gente, que não desiste, mas, simplesmente, não existe...

(e lá vai a correr apagar todas as mensagens que poderiam denunciar qualquer verdade nisto outra vez)

Há gente que realmente não se toca...

Passar bem...

02/10/2009

...viver sem ti...


Meu amor, choro baixinho ao não te ver
E grito em silêncio dentro do universo do meu peito
A descomunal ausência dos teus braços
Risco e rabisco com a força da minha saudade
Porque descobri que não quero viver sem ti

Meu amor, tristeza é a falta dos teus lábios
E solidão é não ouvir a tua voz
Esse pranto parece eterno, tem ao menos dó de mim
E eu perdida em memórias me entrego à saudade
Porque descobri que não quero viver sem ti

Meu amor, ouve meu pedido soturno
‘volta e mata de vez essa dor’
Porque manchaste com Adeus nossas linhas?
Retorna aos meus braços feitos de amor
Porque descobri que não quero viver sem ti