A estranha forma que tomam
as nossas atitudes,
quando não pensamos
ou achamos que pensámos tudo.
Esqueci-me que existe uma pessoa
e um coração que talvez não perdoe,
esqueci-me que gostava de ti como amiga
porque eras assim,
fria como um icebergue à deriva num oceano de gente,
meiga como uma pessoa carente,
eras previsível sem o saberes
mas eu gostava de tudo isso.
Mas depois de me enjaulares
e depois de me mentires
eu não conseguia estar contigo,
não porque te odiasse
nem porque quisesse estar longe de ti,
mas porque esperava que as minhas despedidas
te levassem à procura de algo
que te levassem a perceber o errado
que tudo isto estava.
Mesmo que errado,
mesmo que estúpido.
Não aconteceu,
em ti continuou a existir uma pessoa fria
de ti vieram exigências,
quiseste transformar algo
numa farça fútil, como não mais amigos,
mas como estranhos que só dizem “olá”,
mas um “olá” bonito,
como se essa fosse uma categoria
de pessoas que te preenchem
logo a seguir às pessoas a quem dizes um “olá” simples,
quiseste que todos pudessem apreciar
a nossa troca de vulgares “olás”.
- ‘Deixei de te procurar, depois de me “enjaulares”.’
- ‘Estás bem com isso?’
- ‘Estou.’
- ‘Eu também.’
E depois um adeus que ditou um inicio,
não se criou um ódio só que tu és Catarina.
E hoje só o destino nos encontra,
enquanto tu te mergulhas na podridão
dessas pessoas, perdão desses tristes,
que escolheste para te rodearem,
tal qual rainha que na ausência de um rei
escolhe, moribunda e cega, uma corte cheia de caprichos.
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