já é noite, o frio está em tudo o que se vê, lá fora ninguém sabe que por dentro há vazio, porque em todos há um espaço que por medo não se deu, onde a ilusão se esquece do que o medo não previu
já é noite o chão é mais terra pra nascer, a água vem escorrendo entre as mãos a percorrer, todo o espaço entre a sombra entre o espaço que restou, para refazer na vida no que o medo não matou
mas onde tudo morre tudo pode renascer, em ti vejo o tempo que passou, vejo o sangue que correu, vejo a força que me deu quando tudo parou em ti, a tempestade que não há em ti, arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar
já é dia e a sombra está em tudo o que se vê, lá fora ninguém sabe o que a luz pode fazer, porque a noite foi tão fria que não soube acordar, a noite foi tão dura e difícil de sarar
mas onde tudo morre tudo pode renascer, em ti vejo o tempo que passou, vejo o sangue que correu, vejo a força que me deu quando tudo parou em ti, a tempestade que não há em ti, arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar
mas eu descobri a casa onde posso adormecer, eu já desvendei o mundo e o tempo de perder, aqui tudo é mais forte e há mais cores no céu maior, aqui tudo é tão novo e o que pode ser amor
e onde tudo morre tudo volta a nascer, em ti vejo o tempo que passou, vejo o sangue que correu, vejo a força que me deu quando tudo parou em ti, a tempestade que não há em ti, arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar
já é dia e a luz está em tudo o que se vê, cá dentro não se ouve o que lá fora faz chover, na cidade que há em ti encontrei o meu lugar, e é em ti que vou ficar.
tiago bettencourt in,
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