não sei se alguma vez viste
crescer a morte sobre um corpo
crescer a morte sobre um corpo
é como uma infância
de que se desconhecem os modos
ou o lento estalar de um vidro
são como imagens as imagens partidas
esse abandono de partir
o que em água viram os olhos
por esse lençol subido de silêncio
sobe nu de tempo
um homem com mãos devagar de luz
a morte cresce com ele
é o seu corpo que poderá ser
a palavra
pedro sena-lino
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