Pois continuemos e reflitamos, que o tema merece:
Não encontrar razões para viver, e decidir partir, é triste, mas é opção de quem vive depressivamente e sem forças para continuar... sempre a ter que justificar-se por não estar bem, sempre a ter que mascarar-se e sempre a ouvir sermões de que tem que ser mais forte que a dor, porque os outros também o são e, porque há ainda os "outros" que precisam dele... (mesmo sendo um ser desgastado).
Por exemplo, um passarito que sem mais por que correr atrás das migalhas que os outros lhe mandam decide estratelar-se contra o vidro da frente de um camião e...foi-se!!!!
Não é uma decisão fácil, nem reversível, para os que decidem mesmo sair deste mundo...
Não os que apenas chamam a atenção ou chantageiam outros, para conseguir os seus objectivos...
Mas há sempre um interruptor que se liga, uma gota de água, que transborda o copo, que uns viam como quase cheio, outros como quase vazio, conforme o optimismo ou sadomasoquismo de cada um. Estou literalmente a dizer que até no fim, há sempre quem nos empurre ou segure, como em tudo na vida, e há sempre cenas que acontecem ou deixam de acontecer que provocam uma decisão final sobre um assunto pisado, esmagado, dissecado ao extremo....
Eu por exemplo, estou constantemente a morrer e a ressuscitar...e falta apenas alguém ou alguma coisa ligar-me ou desligar-me à vida, ou à morte, porque de copos, estou cheia...e não queria morrer com vidros... nunca experimentei nem me atrai essa dissolução ou solução.
E isto, porque há situações, pessoas e momentos que me obrigam a sofrer mais do que consigo suportar, e há outras situações pessoas e momentos, por quem ou as quais ainda acho que vale a pena sacrificar-me e arrebitar, e tentar voltar a sorrir...sempre... Sempre há, quanto mais não sejam, os nossos rebentos, que são o que de única e exclusivamente temos de verdadeiramente nosso...
Chamem-lhe de cobardia...! Eu chamo-lhe de coragem... para pensar uma vez na vida, em si próprios, e deixarem tudo de vez, por uma vez...
E o problema, do irreversível não se põe a quem parte.
Quem parte morre, deixa de ter problemas para resolver...
Quem fica sim, fica com os problema nas mãos, fica, ou com aquela sensação estúpida de que poderia ter feito algo mais e não fez, por despiste ou distração ou por pura crueldade, ou os outros que ficam realmente desfalcados de quem os amava, e sem nunca mais poderem sentir esse amor, presente.
O problema fica, tal como quem fica (fica com ele)
Então, porque não partir?!
Quem não tem cão, ou dedica-se à apicultura, ou caça sempre com gato certo?
Ao passarito que fica, resta-lhe aprender a voar só, ou a arranjar outra companhia...
Ao que se estratelou frente ao camião - PAZ e descanso!!!
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