29/09/2009

...Perfura-me...

Não sei o que, mas vai perfurando
Meus medos, minha angústia, meu pensar
Perfurando como se fosse uma pequena agulha
No palheiro que não consigo encontrar

Perfura-me silenciosamente, a loucura
o silêncio dos meus movimentos vazios
e assim vou seguindo à mesura
esperando que se acenda o pavio

Escuto, calada, o barulho desta noite
que não me acalma com o cair da chuva fina
Apenas perfura-me sem nada indagar...

E tudo não passa de um mero açoite!
Desta cruel sensibilidade da rotina
Que espera o sentido de tudo se queimar!

Rangele Guimarães

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