30/12/2009

...pranto...

já não choro sequer
já nada digo
passou todos os limites
parou o tempo
daquela dor
que era tua

já não sei se minha

malu




(...) Há chorar com lágrimas, chorar sem lágrimas e chorar com riso: chorar com lágrimas é sinal de dor moderada; chorar sem lágrimas é sinal de maior dor; e chorar com riso é sinal de dor suma e excessiva.

(...) A dor moderada solta as lágrimas, a grande as enxuga, as congela e as seca. Dor que pode sair pelos olhos, não é grande dor; por isso não chorava Demócrito; e como era pequena demonstração da sua dor não só chorar com lágrimas, mas ainda sem elas, para declarar-se com o sinal maior, sempre se ria.

Nada digo que seja contrário aos princípios da verdadeira Filosofia e da experiência. A mesma causa, quando é moderada e quando é excessiva, produz efeitos contrários: a luz moderada faz ver, a excessiva faz cegar; a dor, que não é excessiva, rompe em vozes, a excessiva emudece. Desta sorte a tristeza, se é moderada, faz chorar; se é excessiva, pode fazer rir; no seu contrário temos o exemplo: a alegria excessiva faz chorar e não só destila as lágrimas dos corações delicados e brandos, mas ainda dos fortes e duros.

Padre António Vieira, in "Sermões"

...eu sei...

e se um dia eu disser... que já não quero estar aqui



eu sei, que também em mim, esta canção é especial!!!

obrigado Sara, por todas as tuas canções que´libertam por nós

28/12/2009

21/12/2009

...quem inventou o amor ?...




Quem inventou o amor ,explica por favoor ♪

Porque será que as músicas definem tão bem o que o coração sente ?

Acredito que arte é uma espécie de ''Transbordamento" de emoções ,boas e ruins .

É como aquela dor insuportável que ás vezes sentimos , ou aquele amor que não cabe no peito .Porque será que fingimos tão bem ? Por que será que a cada novo sorriso uma amardura se forma em torno dos corações de mentira ? por que motivo ,eu não entendo, que as pessoas nos digirem uma palavra de amor carregada de ódio ? o que nos tornamos afinal?

"Atores da vida real ,fingidores do sistema ,controladores de emoção ,subordinados do psicológico ."

A muito,perdemos o controle sobre nós mesmos .

Esquemos que somos máquinas dos nossos anseios .!

e viramos apenas vítimas de nossos medos .
 
 
marcela in

20/12/2009

...gritos que penso...

ás vezes fico na dúvida... se sou eu que escrevo para o abrunhosa, ou é ele que fala pra mim, quando compõe... tal e qual, como outros né, mas com aquela capacidade de nos sentirmos únicos no mundo e exclusivos na dor... mas outros há ... como acabamos por ser todos diferentes... mas todos iguais....





(Desculpa o silêncio Que trago em mim, São gritos que penso Que calo assim...Desculpa o beijo, É o desejo a morrer. E tu, onde te vais esconder?)

19/12/2009

...Já pensaste num nós ?...

....Perguntaste-me tu....

Se não fores tu a magoar-me ou eu a magoar-te, outros o farão...
Já pensaste nisso? - acrescentei-te eu....

no meio do sono, e do embaraço, ambos ficámos sem resposta...
ainda bem que há músicas que falam por nós...



a "canção do engate" de António Variações é das mais intemporais que conheço...

no momento só há uma diferença... não buscávamos por ele,

mas acontece aos melhores!!!

...memória da certeza que me resta...





mil horas de vazio te procuro
e tu em mim mil horas no escuro

se te mostras, se em mim és, não o desfiro

ao olhar perscrutante, definido
que redunda algures em mim o teu sentido
onde existes doce aurora inebriante
donde a bruma que suspende o teu aspecto
flui sem gesto que se lance
ao teu encontro face ao rosto
que em memória representa
o prévio aviso da presença do teu corpo

sei da dúvida que a si própria se alimenta
ela própria a certeza que me resta
 

16/12/2009

...está tudo gasto...



E eu gastei as horas e os tempos em volta, gastei os espaços que preenchemos com beijos, gastei tudo e tive tudo em tão grande número que me perdi a contar-te em cada canto por onde ainda caminho.

E gastei-te a ti nas vezes em olhava a tua fotografia, gastei a boca a beijar-te nos espaços ocos e vazios, gastei-te os olhos a olhar-te nos sonhos presentes que me preenchem, gastei-te as mãos nas minhas, aquecendo-as e mantendo-as sempre seguras.
Gastei tudo amor, não sobrou nada e tudo o que eu gastei uma charada que o meu pobre coração não soube decifrar, depois de tudo eis que me encontro agora, olhando o espelho vejo-me a outra face já negra e gasta por medos e desânimos.
Que mundo é este amor? Que tempo me pertence agora? Nem os meus sonhos são o presente que julgava, nem um futuro, nem um dia de amanhã que seja, apenas a permanente loucura de me saber viva sem ti, com o corpo abandonado e sem esperança, com o rosto cravado pelo pecado de te amar tanto mesmo depois de te ter gasto.
E porque te amo deste amor tão grande faço de conta que te tenho ainda, rasgo o silêncio e perco-me em gritos da alma dados pela boca desta face que chora. O choro é o meu ponto de encontro contigo e com a vida, no choro percorro o meu destino mesmo com o corpo nu rasgado de ausências e distâncias.
Cubro os meus medos com os dias felizes que vivemos, com os sorrisos maravilhados e doces, com o rosto coberto de alegria, com tudo o que era e agora é nada, absolutamente nada onde me agarrar, para me ser na totalidade.
E como dói, meu amor, ter-te ainda em mim e não ter forças para me erguer, porque me pesa no lugar do coração todo o amor que deixou de ser, dói tudo o que já não é e não dói nada.
Gastei tudo amor, gastei tudo com as palavras e os silêncios que não te dei, gastei tudo, até o amor que te tenho tanto que faz com que me odeie assim de uma forma tamanha por não ter sido capaz de me manter em ti.

fez-me lembrar de nós, e não só, também do adeus de eugénio de andrade este texto da

14/12/2009

...essa tal de liberdade...



ficas muito mais aliviado achando que me fizes-te um grande favor, não é?

assim seja: não tenho porquê desejar-te mal, desapareço do teu mapa, e ao menos um de nós segue ... muito mais feliz !!!

não mais tens que te preocupar com o mal que me fazes, não mais tens que te marterizar com o bem que não me fazes, não mais tens que desculpar-te, não mais tens que sentir-te preso, não mais tens que lamentar-te, por tudo o que não quiseste... essa tal de liberdade, que te parece que me fica bem, foste tu que escolheste, por isso não venhas agora dizer-me como eu estou... eu é que sei, e se é bem ao mal, não é coisa que te interesse...

jurei a  mim mesma nunca mais chorar nem por ti, nem contigo,  por isso podes desistir de mais alguma vez na vida vires dizer-me, que não querias fazer-me chorar, não querias ver-me ou ouvir-me chorar... isso não vai mais acontecer

vou sempre sorrir pra ti... agora se vou estar feliz, ou não... não irás saber... não me mereces saber !!!

10/12/2009

... Quem és tu? ...



Esta noite morri muitas vezes, à espera de um sonho que viesse de repente e às escuras dançasse com a minha alma enquanto fosses tu a conduzir o seu ritmo assombrado nas trevas do corpo, toda a espiral de horas que se erguessem no poço dos sentidos.

Quem és tu, promessa imaginária que me ensina a decifrar as intenções do vento, a música da chuva nas janelas sob o frio de fevereiro?

O amor ofereceu-me o teu rosto absoluto, projectou os teus olhos no meu céu e segreda-me agora uma palavra: o teu nome – essa última fala da última estrela quase a morrer, pouco a pouco, embebida no meu próprio sangue, e o meu sangue à procura do teu coração.

Fernando Pinto do Amaral
(esta noite morri)

09/12/2009

... leva-me ...




leva-me daqui

entre esta linha e a próxima

só estou capaz de odiar a vida

já não te odeio, já não me odeio

já não sei o caminho pra lado nenhum

a que horas passa a carruagem ... que horas são ?


malu

08/12/2009

... perfeito?! ...



«Apaixonar-se é passivo;
amar activo;
o perfeito
está no que não é nem isto nem aquilo»

Agostinho da Silva

... faltas-me tu ...




Todos amam precisamente o que lhes falta.
A escolha individual, que se funda nessas considerações meramente relativas, é bem mais determinada, mais decidida e mais exclusiva do que a escolha que se baseie em considerações absolutas; é desses aspectos relativos que vulgarmente nasce o amor de paixão, enquanto os amores comuns e passageiros só são guiados por considerações absolutas.
Nem sempre é a beleza regular e perfeita que dá origem às grandes paixões.
Para uma inclinação verdadeiramente apaixonada é necessária uma condição que só nos é possível descrever através de uma metáfora tirada à química.
As duas pessoas devem neutralizar-se uma à outra, tal como um ácido e uma base alcalina num sal neutro.

Arthur Schopenhauer,
in 'Metafísica do Amor'

07/12/2009

...tudo menos amor...



alguém se lembrou hoje, desta musiquinha no facebook, a aninhas... e eu adorei ... e acho que tem tudo a ver... com o momento, comigo, contigo, e com a vida...

ai ai, se já fosse carnaval, bem que podia abraçar-te e fingir que estava a caír... afinal...ninguém levaria a mal

onde vais estar no carnaval ?

... o almas da minha alma ...

apenas uma pequena explicação... a pedido de várias famílias...



sim ... tanto neste como no outro blog... agora apresento apenas pensamentos, excertos, passagens, e palavras e momentos que me marcam, de outros autores ... ( é mais uma fase... como sabeis, não há estática em mim )

já lá vão meses e anos, sempre a exteriorizar os sentimentos que as palavras me provocam, e a partilhar, quer aqui quer no (depois de tudo)...

não se trata de exibição do ego, nem de auto promoção, até porque, tudo o que transmito, é mais ou muito mais triste e, tudo o que escrevo, é doloroso e melancólico, e por vezes motivo de dor, e não de orgulho, talvêz por isso, sinta a necessidade de pôr cá pra fora, se não rebentava a maior parte dos meus dias...
não são dias negros...credo...não vivo num purgatório... mas, sinto muito profundamente as coisas ocas, as coisas cheias de nadas que me corroiem , tanto que chegam à destruição da mente, da alma... e não valorizo tanto os bons momentos quando escrevo: numa palavra... dramatizo sim... e muito... e só escrevo quando estou mal... o que nestes ultimos meses ou anos, tem sido uma constante na minha inconstância...

tudo isto para dizer que, passado este tempo, em que escrevia, publicava, ouvia, lia e publicava, e misturava, e desistia de um blog e começava outro, e emaranhava tudo de novo, e voltava aos dois, e nunca me desfiz de nenhum, nem deste nem do depois de tudo... achei que já não fazia sentido escrever quer num quer no outro (o que não quer dizer abandoná-los apenas que o que escrevo eu, tem agora outro lugar ).
Não quer dizer que não continue mal, que não continue a escrever compulsivamente... mas tenho desde há pouco tempo esse outro "caderno virtual", ou seja outro blog, onde publico apenas, textos de minha autoria.
os actuais e os já publicados em blogs e sites diversos, ou os apenas deixados na gaveta anteriormente em outros meus cadernos.

um dia... quando me cansar de escrever... o almas da minha alma, é o único livro, que não deixarei ler.

o reticências e o depois de tudo continuam, porque é no que vivo e leio e acompanho que me revelo também... mas o que escrevo eu, fica e sai das almas da minha alma.

eis a nova morada :

apareçam
como sabem
detesto a solidão

06/12/2009

...Ame...



Ame como se tivesse conhecido o amor nesse instante.

Ame a cada dia, sem se preocupar com o amanhã,

pois o amor se desgasta quando armazenado.

Josè Glauco de Oliveira

05/12/2009

...eu e tu não somos iguais...

Sagitário (23-11 a 22-12)
- Perfil -

O mundo não seria tão divertido se não existissem os sagitarianos. Os nativos do signo Sagitário são donos de um senso de humor enorme, são capazes de animar qualquer um e em qualquer situação. Vêem o lado alegre e belo da vida e podem animar as pessoas, contando as suas aventuras. Nenhuma figura mitológica representa tão bem o Sagitário como o centauro, metade homem, metade cavalo. De um lado um ser racional que filosofa sobre a vida e faz de tudo para que a lei seja obedecida, e de outro um ser tão abrutalhado que é capaz de levar tudo à frente.

Os nativos do signo Sagitário são exagerados. Extremamente francos, prezam sempre a verdade, mesmo que seja inadequada para o momento, ou que os faça passar por inconvenientes nalgumas situações.

Estão sempre prontos a conhecer coisas novas na vida, e esperam que todos tenham essa mesma disposição. Como aventureiros e livres que são, é impossível segurá-los quando se decidem a viajar e conhecer outros mundos. Adoram comidas exóticas, desde que sejam em grande quantidade. Melhor ainda se forem típicas de países distantes.
Os Sagitarianos são eternos gozões. Acham que são donos da verdade e discutem durante horas só para convencer as pessoas sobre o seu ponto de vista. Conhecem um pouco de tudo, o que os torna aptos para viver de qualquer sitio, muitas vezes de forma "provisória-permanente". Consumistas por natureza, não conseguem conter o seu impulso de comprar, qualquer coisa, uma de cada cor e de cada modelo. Quem rege este signo é nada mais nada menos que Júpiter, o maior planeta do sistema solar, Zeus para os gregos, deus dos deuses; são tão bons e violentos quanto ele.

Ser amigo de um nativo de Sagitário é ser o melhor amigo dele, mesmo que não queira.
São crédulos e ingénuos.


 - Mulher (A pessoa) -

Tarefas do lar, supermercado, cozinha... Se pudesse a nativa do signo Sagitário eliminaria essas tarefas do mundo. A Mulher nativa de signo Sagitário ama a liberdade e é totalmente independente, encarando a vida com muita garra. Alegre e cativante, costuma ser muito romântica, alimentando sonhos e fantasias de amor, mesmo sendo assim tão independente e tendo aparentemente dificuldades para encarar a vida a dois. Na realidade, ela gosta é de uma parceria inteligente e que lhe dê liberdade e carinho ao mesmo tempo. Não suporta ciúmes e possessividade. Normalmente é exuberante, com uma beleza que chama a atenção, o que chama mais a atenção na nativa do signo Sagitário são as suas pernas bem-feitas, que atraem muitos homens ao seu redor. Claro que ela também cativa pela sua simpatia. Essa liberdade e extroversão da sagitariana costuma assustar alguns homens acostumados com o modelo de Mulher meiga e doce. Ela também é, mas preferem preservar a sua independência. É óptimo relacionar-se com uma sagitariana, que pode ser muitas Mulheres ao mesmo tempo: doce e suave, inteligente e culta, romântica e fogosa.


- Amizade -

Os Sagitarianos fazem amizades muito facilmente. É uma necessidade constante de têm em ter amigos aos quais possam passar as suas informações e descobertas, e um bom motivo para se divertirem e andarem em grupo como tanto gostam. Fiéis e generosos, os nativos do signo Sagitário costumam tratar qualquer pessoa como se fosse um amigo de muito tempo. Amáveis e cordiais, eles são amigos, companheiros e quase irmãos, e contam com o outro para o que der e vier. São animados e entusiastas. Mas prepare-se: eles são muito eufóricos e por conta disso podem cair em depressão profunda muito facilmente. Tirá-los desse estado pode ser uma tarefa impossível. Quando estiver a desistir de os ajudar, lá vêm eles, a galope como cavalos, todos felizes e alegres. A tristeza foi ontem, agora é um novo dia.


- Sexo -

Ardente como ninguém e romântico como ele só, quando um sagitariano ama envolve-se de tal maneira que parece estar a viver mais uma vez a história de Romeu e Julieta, juntando a isso uma boa dose de prazer e erotismo. Desde cedo o Sagitário percebe que sexo e amor caminham juntos, amando como um adolescente para toda a vida. Curioso como é, procurará novas formas de prazer, podendo querer fazer amor nas horas e nos lugares mais loucos, só para unir aventura e amor. Adora criar um clima especial antes de uma relação e procura sempre novas formas de satisfazer o ser amado.

Dificilmente se entregará a uma pessoa por pura atracção física e colocará uma dose de sentimento imenso. Metade humano, o amor dele começa pela cabeça e por uma boa conversa mas termina usando totalmente a sua outra metade animal.
^  ^ 
O

sagitarianos que admiro (entre outros)

Ben Stiller , Bet Midler, Cássia Eller,
Clarice Lispector, Edith Piaf, Frank Sinatra,
Issac Alfaiate, Jim Morrison , Maria Callas,
Steven Spielberg, Woody Allen

03/12/2009

...distraida...

a cada ano que passa, é-me escusado fugir, que vou sempre questionar-me  - quem me fará "sentir"? -  e nunca ninguém como ele... como este senhor...  que partiu deste mundo, no dia em que eu vim ao mundo, e está sempre em mim, de cada vez que escreve, de cada vez que me descreve... este foi a "minha" pessoa !
malu


Se eu morrer novo,
Sem poder publicar livro nenhum,
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.

Se assim aconteceu, assim está certo.

Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.

Se eu morrer muito novo, oiçam isto:

Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação

Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.

Não desejei senão estar ao sol ou à chuva
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo (E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,

E não ir mais longe.

Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão

Porque não tinha que ser.

Consolei-me voltando ao sol e à chuva,
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.

Sentir é estar distraído.
Alberto Caeiro - Poemas Inconjuntos

(se eu morrer novo)